Conhecida como uma das marcas responsáveis pelo maior número de incentivos culturais para a realização e propagação de produtos nacionais, a Petrobras anunciou, recentemente, que não poderá entregar os prêmios em dinheiro aos participantes que venceram festivais de cinema e concursos no ano de 2018.
Com valores que variavam entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, a entrega era destinada a ajudar os custos do processo de lançamento de filmes como Torre das Donzelas (foto acima), de Susanna Lira, Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, Tinta Bruta, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, entre outros. Não é a primeira vez, em 2019, que a Petrobras anuncia o corte de patrocínio a projetos culturais.
Os prêmios deveriam ser distribuídos em mostras de competições renomadas no Brasil, como o Festival do Rio, a Mostra de São Paulo e o Festival de Brasília. Em uma nota para comunicar a impossibilidade do pagamento, a empresa disse apenas que "o orçamento para patrocínios sofreu redução à luz do Plano de Resiliência da companhia, divulgado no dia 8/3/19. Por esta razão, alguns patrocínios estão sendo reavaliados."
Dos seis longas que foram premiados pela Petrobras, apenas Tinta Bruta — grande vencedor do Festival do Rio — conseguiu chegar aos circuitos comerciais para ser oficialmente lançado nos cinemas brasileiros. Os realizadores das outras cinco obras ainda não foram notificadas e esperavam, até o momento, receber o dinheiro, como é o caso de Susanna.
"A quantia é fundamental para a distribuição. Agora não sabemos como lançar o filme. De repente vamos recorrer a crowdfunding. O fato é que a performance dele certamente será afetada", contou. Os cortes feitos pela estatal seguem determinação feita pelo atual governo brasileiro.