Muito se engana quem acha que Black Mirror: Bandersnatch é a primeira experiência interativa da Netflix. A plataforma já havia testado a forma com duas séries infantis, Gato de Botas: Preso num Conto Épico e Minecraft: Story Mode. Mas foi apenas com a ficção especulativa de Charlie Brooker e Annabel Jones que o formato teve como alvo o público adulto.
Agora, a Netflix já planeja expandí-lo para outros conteúdos. Segundo o vice-presidente de produto Todd Yellin, há o desejo de utilizar o formato interativo em romances, comédias e até mesmo em filmes de terror, com algumas outras séries já em desenvolvimento. "A única questão é que o público [de Black Mirror] é o ideal para o primeiro teste", revelou (via Variety).
O investimento nas produções interativas foi tão alto para o lançamento de Black Mirror: Bandersnatch que os engenheiros da Netflix criaram uma ferramenta própria para auxiliar na escrita de narrativas ramificadas, que já recebeu o nome "Branch Manager". "Há muito mais do que se pode fazer além de televisão linear", afirmou a diretora de inovação Carla Engelbrecht.
"Em cinco ou dez anos, estaremos dizendo que Black Mirror foi o grande ponto de virada em conteúdo interativo, ou que aquele foi mais um início falso", refletiu Yellin (via New York Times). "Estamos com os olhos e ouvidos disponíveis para a comunidade criativa — roteiristas, produtores, diretores — para mais ideias que podem tirar vantagem desta forma de arte. Quais são as novas convenções narrativas que podem ser inventadas? Estamos nos encontrando com as pessoas agora."
Black Mirror: Bandersnatch já está disponível na Netflix, e acompanha um jovem programador tentando criar um jogo interativo, a partir de um livro que utiliza as mesmas técnicas. O espectador é levado a fazer escolhas que podem levá-lo a vários diferentes resultados.