Quase dois terços. Esta é a perturbadora e avassaladora quantidade de mulheres roteiristas que já foram vítimas de assédio sexual em seus locais de trabalho, apontou um estudo encomendado pelo Sindicato de Roteiristas dos Estados Unidos (WGA). 11% dos membros masculinos também revelaram que sofreram assédio e que diversos membros do Sindicato já presenciaram algum tipo de conduta reprovável do tipo (via Variety).
Os líderes do Writer's Guild enviaram uma cópia da análise, conduzida a partir do depoimento de mais de 2000 membros da entidade, para todos os associados como uma forma de tornar o problema público e, consequentemente, trazê-lo à luz para que a questão seja debatida e neutralizada. De acordo com o Sindicato, o perturbador estudo mobilizará a instituição de novas medidas para prevenir e impedir novos assédios sexuais dentro do WGA. O Sindicato também objetiva promover maior igualdade dentro das salas de roteiristas, empoderando as mulheres no processo.
O alarmante número é apenas mais um indicativo do lado mais sórdido da indústria cinematográfica, escancarado no final do ano passado/início de 2018 com a ascensão do movimento #MeToo e a revelação dos crimes sexuais cometidos por algumas das principais figuras de Hollywood, tais como o ex-produtor Harvey Weinstein - que pode ser condenado à prisão perpétua - e Kevin Spacey. Assim como inúmeros outras associações, o Sindicato é mais uma entidade que se movimenta para criar normas de conduta de maneira a evitar assédios e abusos, proteger a integridade de todos os seus funcionários, principalmente as mulheres, e fomentar a representatividade nos locais de trabalho de Hollywood.