Ninguém poderia esperar que Star Wars - Os Últimos Jedi se tornaria o filme mais divisivo de toda a saga Guerra nas Estrelas. Amado por uns e odiado por outros, o oitavo capítulo da franquia de George Lucas conseguiu arrecadar mais de US$ 1,3 bilhão ao redor do mundo, mas também atingiu o menor índice de aprovação entre o público na história de Star Wars. E ainda que o motivo de tanto haterismo permanecça uma incógnita até certo ponto, J.J. Abrams vê a questão de forma muito clara:
"O problema não é Star Wars, o problema dos críticos é que eles se sentem ameaçados [...] Star Wars é ambientado em uma grande galáxia, e você meio que pode encontrar qualquer coisa que quiser por aqui. Se você é alguém que se sente ameaçado pelas mulheres, você provavelmente pode encontrar um inimigo em Star Wars. Você pode, provavelmente, ver Guerra nas Estrelas de George Lucas e dizer que Leia [Carrie Fisher] manifestava demais suas opiniões, ou que era muito forte. Qualquer um que quiser encontrar um problema com qualquer coisa, encontrará esse problema. A internet parece ter sido feita para isso", disparou o cineasta e produtor, em entrevista ao Indiewire.
Grupos de extrema direita atacaram Os Últimos Jedi pela inclusão de personagens novas, especialmente a Almirante Holdo de Laura Dern e a engenheira Rose Tico de Kelly Marie Tran - que também sofreu com comentários racistas -, que desempenham papéis muito importantes no episódio XIII. É fato que os novos filmes de Star Wars, supervisionados pela produtora Kathleen Kennedy, levam a importância crescente da representatividade em conta - o trio de protagonistas apresentado em O Despertar da Força é formado por uma mulher, um negro e um latino -, algo que incomodou os fãs mais conservadores.
Abrams, inclusive, não pretende se deixar influenciar por esta parcela do público: "Não mesmo. Existem muitas coisas que gostaria de falar sobre o filme, mas acho que ainda está muito cedo para começarmos a conversar sobre o Episódio IX... Direi que a história de Rey, Poe, Finn e Kylo — e se você olhar com cuidado, existem três homens e uma mulher aí, para aqueles que estão reclamando que existem mulheres demais em Star Wars — continua de uma forma pela qual não poderia estar mais ansioso. Mal posso esperar para que o público veja", continuou o realizador.
Por fim, o diretor do Episódio IX também explicou qual é o projeto por trás da nova trilogia Star Wars: "Nós não queremos retirar o ponto de vista masculino da equação, ou a arte masculina ou a contribuição masculina. Simplesmente estamos questionando o que é justo. Entendo o porquê das pessoas ficarem desesperadas com isso, mas as pessoas que estão desesperadas são aquelas que estão acostumadas aos seus privilégios, e a igualdade não é opressão, é uma questão de justiça".
Star Wars - Episódio IX, cuja trama ainda se encontra em estado de sigilo, estreia no dia 19 de dezembro de 2019.