Assim como no Globo de Ouro, cujas principais temáticas - ressaltadas pelo emocionante discurso de Oprah Winfrey - foram o empoderamento feminino e o apoio às vítimas de assédio sexual em Hollywood, não há nenhuma mulher indicada ao prêmio de Melhor Direção no BAFTA. A lista final foi muito criticada por causa disso e em comunicado oficial, Jane Lush, presidente da Academia de Cinema Britânica, reagiu aos comentários negativos (via Variety):
"É claro que queremos ver mulheres na categoria de Melhor Direção. [A falta de mulheres indicadas] É um reflexo da indústria de certo modo e nós devemos fazer algo sobre isso. Por isso temos o BAFTA Elevate [projeto de apoio designado para promover o trabalho de mulheres como cineastas]. Não é sobre culpar as pessoas. É sobre o que podemos fazer para mudar as coisas", sacramentou a mandatária geral da Academia.
É claro que a enorme falta de oportunidades para as mulheres no campo da direção de um longa-metragem - e em outros âmbitos da produção cinematográfica - diminuiu a quantidade de elegíveis ao BAFTA: segundo a Academia, apenas 16% dos selecionáveis era composto por mulheres. Por outro lado, havia uma realizadora que poderia integrar a seleção final: Greta Gerwig (Lady Bird - A Hora de Voar). Também esnobada no Globo de Ouro, a aclamada diretora estreante viu seu filme performar bem no BAFTA, recebendo nomeações a três categorias (Melhor Roteiro para a própria Gerwig, Melhor Atriz para Saoirse Ronan e Melhor Atriz Coadjuvante para Laurie Metcalf).
"É uma questão muito maior que o BAFTA e o Globo de Ouro. É mais sobre a cultura na qual vivemos do que sobre uma organização ou festival em específico. Se apenas 7% dos diretores são mulheres e você escolhe cinco, as chances de indicações para mulheres são muito baixas. É realmente sobre como as mulheres são vistas no âmbito dos negócios", opinou Kate Kinnimont, diretora da Women in Film & TV, organização global destinada a apoiar e a difundir a participação das mulheres na indústria do entretenimento.