Em Hollywood, regravações e alterações de roteiro são cada vez mais frequentes. Desejando ter o produto mais rentável possível em mãos, os executivos da indústria modificam os cortes finais, chamam novos diretores para conduzir novas filmagens e fazem tudo o que for preciso para atingir o resultado pretendido. Em Thor: Ragnarok não foi diferente: muita coisa mudou da pré à pós-produção (via Yahoo!).
ALERTA DE SPOILER!!!
Além de um espaço ter sido aberto para incluir o Hulk (Mark Ruffalo) e iniciar o arco narrativo solo de Bruce Banner no MCU - que vai até Vingadores 4 -, outra grande modificação foi a questão do parentesco de Thor (Chris Hemsworth) e Hela (Cate Blanchett). Na mitologia nórdica e nas HQs, a deusa da Morte é filha de Loki e, portanto, sobrinha do deus do Trovão; no Universo Cinematográfico Marvel, para deixar as coisas ainda mais tensas, os roteiristas de Ragnarok decidiram fazer com que Hela fosse a irmã perdida de Thor. Nada melhor do que uma disputa intergalática, apocalíptica e fraternal, não é mesmo? Ainda, a revelação é uma ótima reviravolta para o decorrer da trama.
Falando na vilã da ganhadora do Oscar, aliás, ela lutaria contra outro grande antagonista da saga Thor: o Destruidor, um dos inimigos do deus do Trovão no primeiro filme. "Havia uma cena onde Hela pensava que estavam escondendo a espada da Bifrost no cofre de Odin [Anthony Hopkins], na fortaleza. Aí a armadura do Destruidor aparecia e ela destruía a armadura por completo", contou Eric Pearson, um dos roteiristas de Thor: Ragnarok.
Outro ponto cortado foi o affair entre Thor e Valquíria (Tessa Thompson). Por mais que os dois sejam atores muito bonitos, como Pearson afirma, a equipe de criação de Ragnarok preferiu seguir outra direção com a personagem mais badass do longa: "A história deles se tornou mais sobre respeito mútuo e sobre lidar com o estresse pós-traumático dela. Ela é alguém que afoga as mágoas na bebida e pensei que seria incrível ver algo pouco frequente nesses filmes: alguém lidando com uma culpa extrema, uma vergonha, em um filme colorido e hilário que vem de Taika Waititi".
Ainda, o escritor revelou mais outros dois elementos que poderiam ter mudado muito o filme: uma cena cômica em que o Hulk come larvas alienígenas acreditando que é macarrão e, acima de tudo, a quase ausência de Jeff Goldblum, um dos destaques de Ragnarok. Pearson conta que o astro das franquias Jurassic Park e Independence Day quase não aceitou interpretar o personagem, que já tinha sido criado no papel como uma criatura goldblumniana por essência. Felizmente, o ator finalmente fechou contrato e tudo acabou bem.
E se você ainda não viu (ou pretende rever) Thor: Ragnarok, não se preocupe: o filme segue em cartaz nos cinemas brasileiros. Coestrelado por Tom Hiddleston, Idris Elba e Karl Urban, o longa recebeu 4 estrelas na crítica do AdoroCinema.