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    Filmes que a redação do AdoroCinema viu em sala de aula

    De Tempos Modernos a Ela Dança, Eu Danço.

    No Google, a primeira sugestão de pesquisa quando se busca por Uma Verdade Inconveniente é "uma verdade inconveniente resumo". Seria um indício de que muitos alunos de ensino fundamental e médio do Brasil já tiveram de fazer trabalhos sobre aquecimento global após assistirem ao documentário vencedor do Oscar em 2007? Possivelmente, considerando a forma didática como Al Gore explica como a ação humana tem acelerado as mudanças climáticas na Terra no longa-metragem dirigido por Davis Guggenheim.

    Com a chegada aos cinemas da sequência Uma Verdade Mais Inconveniente, lançada na última quinta-feira (09), perguntamos para a redação do AdoroCinema: Como foi o contato com a sétima arte em sala de aula? Com relatos sobre filmes que pareceram inadequados para a ocasião, clássicos que não foram perfeitamente apreciados naquele contexto, salas precárias e a descoberta de obras que tiveram um caráter transformador, leia sobre nossas experiências abaixo e não se esqueça de compartilhar suas memórias conosco nos comentários.

    Taiani Mendes (Redatora)

    Não sei exatamente em que série do fundamental estava, só que cheguei de manhã para mais uma aulinha normal de uma matéria qualquer (sete horas da matina contas e verbos se misturam) e o assunto era na verdade um longa-metragem sem língua conhecida e meio assustador: A Guerra do Fogo. Lembro que achei beeeeeem bizarro, fiquei impressionada e, o mais importante, não dormi o filme inteiro. Um beijo pra professora responsável pela "ousadia", nunca me esqueci da sessão.

    Rodrigo Torres (Redator)

    Não lembro de ter visto um bom filme em sala de aula, uma pena. Mas invejo quem teve o prazer de conhecer Tempos Modernos na escola. O teor crítico da obra-prima de Charlie Chaplin ainda vai ao encontro de outro material de apoio que eu mesmo, no tempo em que lecionava, pude passar em sala de aula: o clipe de "Another Brick in the Wall", da banda Pink Floyd. Interdisciplinaridade é tudo!

    João Vitor Figueira (Redator)

    Potencialmente, a ideia de levar crianças e adolescentes para uma atividade escolar lúdica como ver um filme é ótima. Na prática, nem tanto. Estudei numa escola em que a sala de vídeo ficava no refeitório e o som distorcido da TV, no máximo, competia com os apitos das panelas de pressão da cozinha ao lado e com o fuzuê dos alunos que, de fora, tiravam sarro da gente, já que as paredes eram de tijolos vazados. Era necessário ter a persistência de um Charlinho (da épica esquete do grupo Hermes e Renato) para prestar atenção em alguma coisa. Foi só nos meus últimos anos do ensino médio que a escola na qual estudava ganhou uma sala de vídeo decente. Além de Bye Bye Brasil e A Onda, o filme que que vi no colégio que deixou a melhor impressão em mim foi o drama alemão Edukators, usado como atividade para a disciplina de Sociologia. Ou seria História? Enfim, o filme sobre os anarquistas idealistas que se confrontam com a realidade é ótimo, mas o que eu mais lembro daquela sessão foi a sensação boa de ouvir a versão de Jeff Buckley para a antológica "Hallelujah", presente na trilha sonora, nos recém inaugurados alto-falantes daquela sala novinha em folha. Grace era meu álbum de cabeceira na época. Bons tempos.

    Vitória Pratini (Redatora)

    Durante a aula de Filosofia, já no Ensino Médio, assistimos a O Enigma de Kaspar Hauser para estudar, se não me engano, o "verdadeiro eu". Baseado em uma história real, na Alemanha de 1828, o filme acompanha um homem que viveu anos trancado em cativeiro, sem contato com o mundo exterior, e finalmente sai de casa. Assistir àquele choque de realidade do "jovem" (que na história original teria 15 anos mas, acredite, era interpretado por um ator na casa dos 40!) ao se juntar à sociedade, aprendendo a andar e a falar, com uma trilha sonora quase tétrica, até hoje me dá nos nervos. Para alguns alunos da minha sala pode ter sido tedioso, mas, para mim, foi só perturbador. É um filme de arte, mas certamente não para meu "eu" adolescente.

    Katiuscia Vianna (Redatora)

    Algumas das minhas lembranças (e zoeiras) favoritas dos tempos de colégio envolvem os filmes exibidos em sala de aula. Por sorte, estudei numa escola que praticava isso com certa frequência, então tenho várias opções, mas como só posso escolher um, vamos com a história mais marcante: Super Size Me - A Dieta do Palhaço. Sim, o documentário sobre um cara que decide comer no McDonalds, todos os dias, durante um mês, foi exibido para minha turma TRÊS VEZES! E em aulas completamente diferentes: biologia, português e inglês. A primeira, eu até entendo, mas as outras ocasiões? Até hoje, nunca compreendi...

    Renato Furtado (Redator)

    Durante o ensino médio, um professor de filosofia teve a brilhante ideia de mostrar Édipo Rei, clássico de Pier Paolo Pasolini baseado na tragédia grega homônima, para um grupo de seres humanos no estágio mais primitivo de seu desenvolvimento: a adolescência, quando nos tornamos animais cujo espectro de interesses é, digamos, restrito. Então, ver 1h50 da adaptação de uma peça grega traduzida para o cinema por um dos diretores mais rigorosos dos anos 60 não foi uma experiência agradável. Como em muitos casos, o filme é bom - o que estraga é o momento da exibição.

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