Matt Damon é mais que um bom ator, um homem bem consciente. Conhecido por seu engajamento em causas sociais e uma personalidade bem humanista, ele viu com espanto as acusações de que seu novo filme, A Grande Muralha, contribui para o white-washing ("embranquecimento" de personagens que deveriam ter outras etnias). Militantes acusaram o épico de ser mais uma produção que mostra o homem branco salvando o dia — mesmo em se tratando de um filme rodado na China.
Presente na New York Comic-Com, Matt Damon comentou a repercussão negativa; tão precipitada. "Foi muito frustrante. Eu fiquei surpreso, pois foi baseado num teaser. Não era nem o trailer completo, muito menos o filme", disse o ator (via CB), que recebeu acusações pessoais por algo que não acredita de ter feito, por injustiças que não crê ter cometido.
"Eu leio [a revista cultural] The Atlantic religiosamente, e houve um artigo ali que me deixou, tipo, 'Sério, caras?'. Para mim, whitewashing é pensar em Chuck Connors interpretando Geronimo", opinou Damon, observando que tende a ser muito "sensitivo" a isso. O colega de elenco Pedro Pascal (um chileno em Hollywood que também entende a questão) brincou com o fato de seus acusadores não considerarem o fato de o filme ser uma fantasia.
"Pedro me ligou e disse 'É o seguinte, somos todos culpados de whitewashing. Todos sabemos que apenas os chineses defenderam a Muralha de monstros quando eles atacaram'", lembrou o ator, para então ponderar: "Reagimos de maneira meio sarcástica porque nos sentimos feridos por isso. Nós realmente levamos isso a sério. Isso é algo sério de ser [acusado]."
A Grande Muralha tem estreia no Brasil prevista para fevereiro de 2017.