![](https://br.web.img3.acsta.net/r_654_368/newsv7/16/06/26/19/20/230422.jpg)
Enquanto a exposição a Princesas da Disney e à mensagem que as animações passam pode influenciar o comportamento estereotipado de gênero para meninas; o mesmo não acontece para meninos. Pelo menos, aqueles entre 3 e 4 anos de idade.
Uma pesquisa feita durante um período de um ano pela professora Sarah Coyne, da Universidade Brigham Young, em Utah, nos Estados Unidos, estudou crianças em idade pré-escolar. E determinou como eles interagiram com a cultura popular das princesas Disney - incluindo filmes e brinquedos - e como isso afetava o comportamento deles um ano depois, de acordo com depoimentos dos pais e professores.
Ela descobriu que, das 198 crianças, 96% das meninas e 87% dos meninos consumiam alguma forma de mídia centrado nas princesas. Entretanto, apenas 4% dos garotos brincavam com a mercadoria inspirada nas personagens uma vez por semana, comparado a 61% de garotas.
![](https://br.web.img2.acsta.net/newsv7/16/06/26/19/20/216202.jpg)
Entre as meninas, quem mais tinha contato com princesas, era mais fortemente influenciada pelo comportamento estereotipado feminino. Em outras palavras, as jovens de 3 e 4 anos de idade que amam Elsa de Frozen - Uma Aventura Congelante, por exemplo, estavam mais propensas a lidar em torno de coisas "femininas", disse Coyne, como trocar roupinha e embelezar as bonecas.
Coyne afirma que não há nenhum problema em querer ser femina, mas, segundo a professora, meninas e mulheres que se identificam, figurativamente, como "princesas" tendem a se importar mais com a aparência e buscar uma beleza ideal inatingível, o que pode levar à infelicidade. E elas podem não fazer muito esforço, por exemplo, nas aulas de matemática, sabotando, assim, uma habilidade que poderia aflorar em uma carreira de engenharia bem sucedida, digamos.
![](https://br.web.img2.acsta.net/newsv7/16/06/26/19/20/524272.jpg)
Já para os meninos, uma maior exposição a produtos das princesas não fizeram com que eles trocassem coisas "femininas" por armas de brinquedo, por exemplo. Os rapazes exibiram interesses mais balanceados, que a pesquisadora previu que pode ajudá-los a se relacionar com outras pessoas no futuro. Eles também apresentaram "comportamento pró-social" em casa e na sala de aula. Meninos que assistiam a Frozen e Cinderela eram mais propensos a ajudar na escola ou dividir brinquedos.
Segundo os pesquisadores, a exposição e engajamento com as princesas "pode fornecer importantes modelos de feminilidade aos jovens meninos, que são normalmente expostos a mídia hipermasculinizada".
Mesmo assim, nenhum dos gêneros mostrou sinais de baixa auto-estima ou imagem negativa do corpo. Os pesquisadores concluíram que crianças tão jovens geralmente não são auto-conscientes sobre sua aparência.
Entre as crianças estudadas, a maioria (87%) era de brancos, 10% de hispânicos e 3% de "outros". É difícil afirmar como jovens negros ou asiáticos reagem a maioria de personagens brancos. Mas vale lembrar que as princesas da Disney tem evoluído bastante desde Cinderela, lançada em 1950, e A Pequena Sereia, de 1989. Elsa, por exemplo, não esperou por homem para salvá-la de um inverno eterno (na verdade, foi sua irmã Anna que a resgatou graças ao amor verdadeiro). Merida, de Valente, salvou o espírito de um príncipe que estava preso no corpo de um urso.
![](https://br.web.img3.acsta.net/newsv7/16/06/26/19/21/227891.jpg)
E elas também estão se tornando mais variadas racialmente. Temos Tiana, de A Princesa e o Sapo, e a próxima princesa da Disney, que chega aos cinemas em janeiro de 2017, será Moana, uma menina polinésia.