Em entrevista ao THR, Woody Allen soltou a língua e falou sobre o controverso relacionamento com a ex-enteada, sua série para a Amazon, o primeiro contato com Miley Cyrus, Cannes, Mia Farrow, Los Angeles e a carreira, claro. Questionado se apagaria algum de seus filmes caso tivesse a oportunidade, ele disparou:
"Dos meus? Bem, apagaria quase todos [risos]. Guardaria apenas uns seis ou oito. A Rosa Púrpura do Cairo com certeza, Match Point, Maridos e Esposas, provavelmente Zelig, provavelmente Meia Noite em Paris..."
"E Noivo Neurótico, Noiva Nervosa? Manhattan?", perguntou o jornalista.
"Fiz esses há tanto tempo que já não lembro tão bem. Não gosto tanto deles quanto o público gosta. Quando vi Manhattan assim que finalizei, fiquei bastante decepcionado. Falei para Arthur Krim [chefe da United Artists]: 'Se você não lançar, faço outro para você de graça'. Ele respondeu: 'Você está louco, gostamos do filme e fizemos um investimento. Pegamos dinheiro emprestado para fazê-lo. Não podemos gastar milhões e não exibir. Seria insano.' Então Manhattan estreou e fez muito sucesso. É uma questão de sorte, recebemos créditos por coisas que não controlamos."
Allen revelou ainda não revê suas produções, poucas coisas o interessam hoje em dia e a última coisa que viu e gostou foi A Ovelha Negra. Ele também passa longe dos super-heróis - onda do momento -, continua sem computador e nunca usou email.
Café Society, 12º filme do diretor em Cannes, 47º de sua carreira, será exibido na sessão de abertura do festival, dia 11. A comédia dramática estrelada por Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell e Blake Lively estreia no Brasil em 27 de outubro.