Era uma vez...
"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos ... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum e Petibonum ..."
Se você já leu algum dos álbuns estrelados por Asterix, conhece bem o texto acima. Trata-se do preâmbulo de absolutamente todas as histórias com o personagem desde 1961, ano em que o primeiro livro foi lançado. Mas não se engane, esta não foi a primeira vez em que Asterix foi visto!
Foi em 29 de outubro de 1959 que os irredutíveis gauleses surgiram na revista francesa Pilote, de número 29. Criados por Albert Uderzo e René Goscinny, eles eram uma alegoria explícita à resistência francesa contra a invasão cultural norte-americana, acirrada pela popularidade do cinema hollywoodiano. Eis o motivo pelo qual tantas histórias, como a de Asterix e o Domínio dos Deuses, possuem um forte subtexto político.
Com a popularidade crescente dos gauleses, Uderzo e Goscinny aceleraram o ritmo de produção dos álbuns. Inicialmente a dupla lançava um por ano, mas a produção dobrou entre 1965 e 1970. O falecimento de Goscinny em 1977 fez com que Uderzo assumisse sozinho a continuidade dos personagens - o que também fez com que surgissem distâncias maiores entre os lançamentos de novos álbuns. Em setembro de 2013, ele anunciou sua aposentadoria.
O primeiro álbum com os personagens sem a participação de Goscinny ou Uderzo foi Asterix Entre os Pictos, lançado em 2013. A dupla Jean-Yves Ferri e Didier Conrad assumiu a tarefa (e a responsabilidade) de seguir adiante com a série. O segundo álbum feito por eles foi O Papiro de César, lançado em 2015.