A campanha #OscarsSoWhite, que vem desde o Oscar 2015 denunciado do forma crítica a ausência de indicados negros aos prêmios da Academia acaba de ganhar mais força. Homenageado do ano da consagrada premiação, o diretor Spike Lee anunciou que não irá comparecer à cerimônia em protesto contra a falta de diversidade.
Lee fez o anúncio em sua conta no Instagram, onde escreveu:
"Eu gostaria de agradecer à presidente Cheryl Boone Isaacs e ao corpo de membros da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas por me concederem o Oscar Honorário no último novembro. Eu tenho muito apreço. No entanto, minha esposa, Sra. Tonya Lewis Lee e eu não iremos comparecer à cerimônia em fevereiro. Não podemos apoiar e não queremos desrespeitar nossos amigos, o apresentador Chris Rock e o produtor Reggie Hudlin, presidente Isaacs e a Academia. Mas, como é possível que pelo segundo ano consecutivo de todos os 20 competidores na categoria de ator/atriz são brancos? E não vamos esquecer das ramificações. 40 atores em 2 anos e nenhum negro. Nós não sabemos atuar? WTF!! Não é coincidência que eu estou escrevendo enquanto celebramos o aniversário de Dr. Martin Luther King Jr. Ele disse que 'Vai chegar um tempo em que teremos que tomar uma posição que não seja segura, política ou popularmente, mas devemos ter consciência porque será o certo' (...)."
Apesar da controvérsia, Lee observou que é importante entender que a verdadeira batalha é com os estúdios de Cinema e TV de Hollywood, que têm o poder de levar projetos à frente.
A posição do diretor, indicado ao oscar por Faça a Coisa Certa (1989) e pelo documentário 4 Little Girls, foi ratificada por Jada Pinkett Smith, que recorreu ao Twitter para sugerir um boicote à premiação, que não reconheceu as conquistas artísticas de negros.
"No Oscar... pessoas de cor são sempre bem-vindas para entregar prêmios... ate entreter, mas raramente somos reconhecidos pelas nossas conquístas artísicas. Será que as pessoas de cor deveriam se refrear de participar? As pessoas só nos tratam da maneira que deixamos. Com muito respeito em meio a uma profunda decepção, J."
A posição da Academia foi amplamente criticada nos dias que se seguiram à divulgação dos indicados, na última quinta-feira (14). A presidente Cheryl Boone Isaacs e o apresentador Chris Rock também demonstraram o descontentamento. Entre os profissionais que se destacaram em 2015 e não tiveram indicações estão Michael B. Jordan (Creed: Nascido Para Lutar), Will Smith (Um Homem Entre Gigantes), Idris Elba (Beasts of No Nation), Samuel L. Jackson (Os Oito Odiados) e F. Gary Gray (Straight Outta Compton - A História do N.W.A.).