Existem poucos sentimentos compartilhados como o interesse em que as crianças possam crescer bem, saudáveis e seguras, mesmo para aqueles que não têm filhos. E ao mesmo tempo, parece complicado de alcançar, porque querer mantê-las protegidas pode colidir com deixá-las crescer com liberdade. É um equilíbrio complicado que causa muitas dores de cabeça.
É por isso que filmes como Close emocionam tanto, pois abordam com muito carinho e empatia os problemas da infância aos quais às vezes os adultos não conseguem acessar, e não por falta de interesse. Um dos melhores filmes dos últimos anos, indicado ao Oscar na categoria internacional, que você encontra no catálogo da Netflix.
Na Bélgica rural, dois meninos de 13 anos, Léo e Rémi, são melhores amigos e professam um afeto profundamente íntimo. Eles têm o costume de dormir na mesma cama, no quarto de Rémi. Os pais de Rémi, Sophie e Peter, aceitam isso sem julgá-los e amam Léo como um segundo filho. A família de Léo ajuda nos trabalhos agrícolas de uma fazenda de flores, onde ele e Rémi gostam de brincar juntos.
Na escola, essa proximidade é recebida com estranheza, passando de perguntas se eles são um casal até receberem insultos homofóbicos. Por medo do ostracismo, Léo faz novas amizades e se envolve no hóquei no gelo, do qual exclui deliberadamente Rémi. Depois disso, nada voltará a ser o mesmo para ninguém.
Após ser aclamado por sua estreia como diretor em Girl, o diretor belga Lukas Dhont quis continuar explorando personagens jovens da comunidade LGBTQI+ e suas dificuldades de vida. Mas ao ler um livro de psicologia infantil focado nas amizades entre jovens garotos, ele percebeu que havia muitas mais experiências que podiam ser tratadas, como esses meninos que têm certa proximidade, mas às vezes não conseguem expressá-la adequadamente.
Versus Production / Diaphana Films / Menuet Producties / Topkapi Films
Close: emoção transbordante
Seja por pressão social ou preconceitos, essa amizade masculina mais íntima pode se romper para não dar a impressão errada. E é algo que Close estuda muito bem em sua primeira metade, após a qual toma um ponto de virada realmente trágico que resulta devastador para o espectador. Mas após o qual chega uma segunda metade também interessante e emocionante.
Dhont nos leva pela mão por essa experiência tão autêntica empregando todos os códigos do cinema de realismo social que tanto se pratica em sua Bélgica natal, confirmando-se assim como um dos melhores cineastas europeus da atualidade. Com filmes assim, tão necessários quanto alucinantes, ele pode ter carreira por muito tempo.
Você encontra Close disponível para streaming na Netflix e também na Mubi.
*Conteúdo Global do AdoroCinema
Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!