Em geral, entre os que acompanham a indústria cinematográfica, está predominando uma estranha ansiedade pela falta de blockbusters bem-sucedidos em sua estreia nos cinemas. Filmes com orçamentos mais exorbitantes que não conseguem atingir os mínimos necessários para serem sequer rentáveis. Também é verdade que na maioria dos casos não falamos de filmes imprescindíveis, que provavelmente muitos recuperarão no streaming, mas não vão conservar na memória muito depois de apertar o botão de pular créditos.
Os filmes que realmente valem a pena sempre encontram seu lugar, de um modo ou de outro, como está demonstrando o original Elementos. É verdade que o fracasso antes era muito mais aceitável porque, no final, outras vias de distribuição podiam tornar o filme economicamente viável, ou até convertê-lo em um clássico imperecível. Assim foi a bastante conhecida história de Um Sonho de Liberdade.
Castle Rock Entertainment
Rita Hayworth e a vida na prisão
A célebre adaptação de Stephen King, escrita e dirigida por Frank Darabont, já é considerada um dos filmes mais bem avaliados da história. Tanto por portais como IMDb, onde mantém o título de filme mais bem pontuado da história, quanto nos corações dos espectadores que o viram há quase duas décadas e se emocionaram com a história de amizade de Tim Robbins e Morgan Freeman, que pode ser vista no serviço de streaming Max.
O personagem de Robbins é acusado de assassinar sua esposa e seu amante, pelo que é condenado à prisão perpétua, cumprindo sua pena na prisão de Shawshank. Durante o passar das décadas, ele irá se integrando ao ecossistema da prisão, ganhando a confiança de funcionários e diretoria para poder levar adiante, sem ser descoberto, estratagemas de contrabando e lavagem de dinheiro com outros prisioneiros.
Mas o mais importante serão as relações que irá forjando com pessoas como Ellis "Red" Redding, interpretado por Freeman. A bela conexão e amizade é uma luz de esperança na dramática história carcerária que nos é apresentada. Uma aparentemente pouco própria para Stephen King pela ausência de terror, mas totalmente consequente com sua obra, tão preocupada em desenvolver personagens dilacerados que encontram força dentro de uma pequena comunidade.
Castle Rock Entertainment
Um Sonho de Liberdade, um filme clássico e emocionante
Darabont assina um dos filmes que melhor condensam a essência do cinema dos anos 90. Drama emocionante, com espaço para certa complexidade adulta, mas também com tendências um pouco ingênuas. Contado às vezes de maneira clássica, deixando que cada cena respire e penetre como deve ser, e com um roteiro claro onde os personagens são devidamente desenvolvidos. Não há armadilhas para tentar desafiar o espectador ou tentar ser mais esperto que ele, mas quase duas horas e meia na companhia de um grupo de pessoas experimentando uma história.
Tudo com qualidades técnicas impecáveis, como a deliciosa fotografia de Roger Deakins ou a vibrante trilha sonora de Thomas Newman, além de Robbins e Freeman excelsos que ganham nosso coração facilmente. Pode haver discussão sobre se é a obra-prima de Darabont, mas é um dos grandes filmes de sua época, e um exemplo de como estes acabam encontrando o público de uma maneira ou de outra.
*Conteúdo Global do AdoroCinema
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