Além de seu talento como realizador, James Cameron é conhecido por sua teimosia e insistência que, invariavelmente, transbordam em seus projetos. Das questionáveis remasterizações de seus clássicos para que todos se parecessem com Avatar até o estranho impulso de revitalizar a tecnologia 3D através da já citada saga de ficção científica.
É verdade que o fenômeno do primeiro Avatar conquistou um enorme sucesso de bilheteria ao tentar aderir a esse movimento tridimensional, mas um filme lançado quase um ano antes teve um uso interessante e diferente da técnica 3D aplicada ao cinema: Coraline e o Mundo Secreto.
Sequência de Coraline e o Mundo Secreto? Diretor do filme irá adaptar mais um livro de Neil Gaiman em stop motionOs botões do mal
Esta incrível aventura de fantasia sombria, originada por Neil Gaiman em seu romance de 2002 e adaptada pelo gênio do stop-motion Henry Selick, testou um novo terreno para esse aspecto da animação através dessas três dimensões. Um formato com o qual poderemos ver (ou voltar a ver), já que o projeto está de volta às salas de cinema brasileiras.
A jovem Coraline Jones é uma garota teimosa e um tanto mal-humorada que precisa ir com os pais para uma casa cinzenta no interior. Negligenciada pelo acúmulo de trabalho de ambos, Coraline passa a desejar outra vida e até outra família, algo que lhe é concedido inesperadamente ao encontrar um portal para uma realidade diferente onde existem versões mais atentas e amorosas de seus pais. Claro, com botões no lugar de olhos.
Uma das maiores animações de terror dos últimos tempos ganhará uma sucessora espiritual: Protagonista retorna após 15 anos para apresentar a nova heroínaLonge de buscar o caráter espetacular das cenas de ação mais diretas ao espectador, Selick nos traz para essa história através do 3D para podermos apreciar uma textura quase tátil em seus “bonecos”. Criados com cuidado e habilidade a ponto de se aproximarem à estética de bonecos de pano, Selick e o estúdio Laika Entertainment (fazendo aqui seu segundo longa-metragem) alcançam uma flexibilidade verdadeiramente especial com seus personagens em stop-motion e tornaram mais fácil suspender a descrença diante da fantasia. .
Uma anti-Alice em um mundo de poucas maravilhas
Tecnicamente é uma novidade, pois não se pode esperar outra coisa de alguém que dedica tanto tempo e atenção às suas produções como Selick. Ao mesmo tempo, ele consegue uma experiência narrativa gratificante em Coraline, aproveitando as poucas convenções da história de Gaiman. A personagem pouco simpática da protagonista, os pais sobrecarregados que exalam autenticidade ou os personagens secundários pouco coloridos tentam criar uma narrativa que subverte histórias mais canônicas como Alice no País das Maravilhas.
Em comemoração aos 15 anos da animação, Coraline fica em cartaz nos cinemas brasileiros até 20 de agosto. É possível assistir ao longa em casa também, no catálogo do Prime Video ou em plataformas de VOD.
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