Com menos de 30 anos, o dinamarquês Thomas Vinterberg (A Caçada) dirigiu, em 1998, um filme que chocaria o mundo inteiro: Festa de Família. O longa acompanha a celebração de uma família burguesa que se reúne para comemorar os 60 anos do patriarca, um respeitado empresário. Mas, durante um brinde, seu filho revela um segredo escondido há anos.
Assunto tabu e vanguardista
A ideia do filme nasceu dois anos antes, quando o diretor ouviu uma história semelhante no rádio sobre um jovem que revelou ter sido abusado pelo pai. Se hoje as vítimas já enfrentam problemas ao exporem seus relatos, era muito mais arriscado enfrentar o tema há 26 anos.
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“Na altura, era escandaloso fazer um filme sobre esse assunto”, admitiu o diretor ao Télérama. “Lembro-me de um produtor que adorou o enredo, mas queria que eu trocasse o incesto pelo HIV". Mesmo com o tema tabu, Festen, no idioma original, alcançou imenso sucesso, começando pelo Festival de Cinema de Cannes onde ganhou o Prêmio do Júri.
Primeiro filme de um movimento cinematográfico
O longa é um sucesso por vários motivos. O primeiro baseia-se na sua vertente documental. O elenco não contém estrelas notáveis - o que reforça a identificação com os personagens - e a encenação é desprovida de qualquer embelezamento. O espectador presencia essa festa que dá errado e tem a impressão de ser um dos convidados.
O filme ainda lançou um movimento no cinema: Dogme 95. Idealizado por cineastas dinamarqueses em resposta ao domínio dos blockbusters americanos, o movimento destaca um cinema cru, ligado à realidade, mais original e consciente dos problemas que a sociedade enfrenta.
Festa de Família está disponível na assinatura premium do Prime Video.
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