Há mais de 40 anos, um filme de tubarão fundou o cinema moderno de sucesso de bilheteria. Estamos falando de Tubarão, de Steven Spielberg, que continua sendo um dos monstros mais aterrorizantes da história do cinema. Atualmente, um tubarão de água doce imprevisível está invadindo milhões de telas no filme da Netflix Sob as Águas do Sena.
Mas oito anos antes de Sob as Águas do Sena, em 2016, o diretor Jaume Collet-Serra, que antes chamava a atenção com filmes de ação estrelados por Liam Neeson, lançou um poderoso filme do gênero, como provavelmente não se via no cinema desde o clássico de Spielberg: Águas Rasas.
Qual é a história de Águas Rasas?
Sony Pictures Releasing GmbH
No filme, Nancy Adams, interpretada por Blake Lively, vai parar em uma praia escondida no México. Lá, ela espera a onda perfeita, mas secretamente tem muito mais em comum com esse lugar: sua mãe visitou o local paradisíaco quando estava grávida dela. No entanto, quando um tubarão gigante aparece de repente, não resta muito do suposto paraíso.
A fatídica viagem de Blake Lively em uma prancha de surfe tem outras qualidades a oferecer. Em primeiro lugar, um mestre do gênero na cadeira do diretor. Jaume Collet-Serra não tenta esconder a premissa de filme B e deixa clara a estrutura simples de seu filme desde o início.
Na Netflix: Um filme que merece o legado de Tubarão
Como resultado, Águas Rasas parece extremamente enxuto e esguio. Não há lastro aqui, apenas pura eficiência: esse tipo de filme às vezes pode parecer sóbrio e frio, totalmente calculado e sem alma. No entanto, Jaume Collet-Serra não só explora padrões de gênero testados e comprovados, mas também descobre nesses padrões blocos de construção interessantes do cinema.
Ele entende seu filme como um evento cinético, começando com os movimentos das ondas, que se desdobram com força libertadora e também com um efeito devastador no decorrer da ação. Em um minuto, a protagonista solitária de Blake Lively está conquistando o mar e, no outro, está cercada por ele, como se tivesse caído em uma armadilha, perdida em pensamentos.
A próxima onda pode arrastá-la para as profundezas para sempre ou arremessá-la para a praia. Jaume Collet-Serra sabe habilmente como usar o ambiente antes de abordar a verdadeira atração de seu filme. Ele revela lentamente a fera faminta e brinca habilmente com nossas expectativas. O que, por si só, contém pouca inovação é, no entanto, encantador quando executado com perfeição.
Águas Rasas é o nascimento de Blake Lively como estrela de ação
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Jaume Collet-Serra consegue, de forma surpreendente, caminhar na linha tênue entre o artesão e o autor: Águas Rasas é realista, profundamente enraizado no gênero e, ainda assim, um filme completamente solto que nos leva a todos os altos e baixos dessa luta pela sobrevivência. Embora seja possível visualizar basicamente todos os aspectos, você não vai querer perder um segundo desse evento emocionante.
E então, em Águas Rasas, testemunhamos o nascimento de Blake Lively como estrela de ação. De 2007 a 2012, ela participou da bem-sucedida série Gossip Girl, da CW, antes que uma grande variedade de oportunidades surgisse à sua frente. No entanto, embora ela tenha sido inicialmente marginalizada por Hollywood, por exemplo, em Selvagens, de Oliver Stone, ou no filme da DC Lanterna Verde, Águas Rasas marca um avanço completamente diferente.
É claro que o tubarão é uma atração cinematográfica fascinante e é encenado de acordo com isso pelo diretor, mas a atenção que ele dá a Blake Lively transforma a atriz em um caso empolgante. Por um lado, há o cinema físico sem concessões que leva a heroína presa em uma rocha aos seus limites e, por outro, a jornada emocional.
Aqui, também, o filme de Jaume Collet-Serra é dominado por motivos simples, mas ainda mais claros. Uma mãe falecida e a alienação de sua família: Nancy não está lutando apenas contra o tubarão, mas contra si mesma – e é uma batalha absolutamente emocionante. Sem os seus e super tubarões. Sem nenhum Sena ou supertubarões.
Assim como Sob as Águas do Sena, você pode assistir a Águas Rasas na Netflix.
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