Entre O Resgate do Soldado Ryan, Gênio Indomável e a saga A identidade Bourne, Matt Damon se estabeleceu com sucesso em Hollywood como um roteirista e ator multifacetado. Ele vem prosperando no setor há mais de 30 anos e teve a sorte de trabalhar com Ridley Scott, Steven Spielberg, Steven Soderbergh, Martin Scorsese e os irmãos Coen, para citar apenas alguns.
Mas mesmo depois de décadas no setor, um de seus filmes mais queridos é um dos primeiros: o drama Gênio Indomável, lanaçdo em 1997 e dirigido por Gus Van Sant, para o qual ele co-escreveu o roteiro com Ben Affleck. Considerado um dos filmes mais icônicos da década de 1990, Gênio Indomável também representa o tipo de drama pelo qual Hollywood era conhecida na época, sendo que o setor cinematográfico mudou consideravelmente desde então.
Por isso, quando questionado "por que não fazem mais filmes como antigamente?", uma pergunta feita ao ator em 2021 durante sua participação no programa Hot Ones do YouTube, ele ofereceu sua opinião sobre o assunto, reconhecendo a mudança radical e, ao mesmo tempo, revelando seus pensamentos sobre a evolução.
Miramax Films
"O que aconteceu é que o DVD era uma grande parte do nosso negócio, nosso fluxo de receita", disse Matt Damon. "A tecnologia simplesmente tornou isso obsoleto e, portanto, com os filmes que costumávamos fazer, você podia se dar ao luxo de não ganhar tudo nas bilheterias porque sabia que teria o DVD por trás do lançamento".
De fato, a perda de vendas de DVD reduziu drasticamente o lucro máximo que um filme poderia obter, tornando os lucros de bilheteria a única chave para o sucesso de um filme. Como Damon explicou com mais detalhes, "era quase o mesmo que lançar o filme novamente e, quando isso desapareceu, mudou o tipo de filme que poderíamos fazer".
Um exemplo concreto
HBO
Mais tarde, o ator contextualizou sua resposta usando o exemplo de um de seus próprios filmes, Minha Vida com Liberace, filme de Steven Soderbergh lançado em 2013, um drama biográfico que acompanha a vida do cantor megastar Liberace (Michael Douglas) e seu jovem amante Scott Thorson (Matt Damon).
"Falei com um executivo do estúdio que me explicou que esse era um filme de 25 milhões de dólares. Eu teria que investir essa quantia em publicidade para comercializá-lo... Então, agora estou com 50 milhões de dólares. Tenho que dividir tudo o que recebo com o exibidor e os proprietários dos cinemas, portanto, tenho que ganhar cem milhões de dólares antes de ter lucro, e a ideia de ganhar cem milhões de dólares em uma história de amor entre essas duas pessoas... de repente, é uma aposta enorme".
Ouça o próprio Matt Damon falar sobre isso:
De acordo com Matt Damon, isso explica por que "não fazem mais filmes como antigamente" e por que os pequenos filmes dramáticos não são mais produzidos em Hollywood com a mesma confiança dos anos 90, mas sim com muitos riscos para os produtores e estúdios de cinema.
Nos últimos anos, finalmente foram os serviços de streaming que procuraram apoiar esses tipos de filmes originais que voltaram à tela pequena, embora ainda estejamos muito longe da criatividade que floresceu no setor cinematográfico antes dos anos 2000.
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