Em 1979, a cineasta polonesa Agnieszka Holland dirigiu seu primeiro filme, Atores Provincianos, ao qual seguiu uma carreira marcada por filmes de temáticas políticas, chegando a receber um Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro com Filhos da Guerra, de 1990.
Agora, aos 75 anos, a diretora lança seu último trabalho intitulado Zona de Exclusão, drama sobre imigração e vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Veneza de 2023.
O verdadeiro drama das fronteiras
O nome original do filme é Zielona Granica, que em polonês significa literalmente "Fronteira Verde", um espaço formado por florestas e pântanos entre a Bielorrússia e a Polônia.
Lá, refugiados do Oriente Médio e do continente africano ficam encurralados ao tentar entrar na União Europeia, por culpa do ditador bielorrusso Alexander Lukashenko. Para tentar provocar a Europa, o mecanismo de propaganda é ativado e os refugiados são atraídos para esta área com a promessa de que atravessarão facilmente para a UE.
Nesta zona de conflito, somos apresentados a diversos personagens, incluindo Julia, uma jovem ativista que renunciou aos privilégios de uma vida confortável, e Jan, um jovem guarda de fronteira e uma família síria.
Impacto de Zona de Exclusão
O filme causou grande rebuliço na Polônia após seu lançamento. O então ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, comparou o trabalho do cineasta à máquina de propaganda nazista, chegando a declarar que "só porcos sentam no cinema", slogan da Segunda Guerra Mundial usado pelos poloneses durante a ocupação alemã.
No entanto, isso não impediu que o filme fosse um sucesso, tornando-se o filme polaco com melhor estreia de bilheteira em todo o ano de 2023. A diretora também tem sofrido inúmeras ameaças da extrema-direita na Polônia.
Em entrevista à Euronews, ela afirmou que fez o filme para "dar voz e rosto a quem não a tem", além de expressar a complexidade de sua perspectiva e as opções que enfrentam.
*Conteúdo Global do AdoroCinema
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