O primeiro Piratas do Caribe foi uma produção excepcional para a Disney. Mas depois que a fórmula de ação, aventura, humor subversivo e o desajeitado Johnny Depp provou ser um método vencedor, o diretor Gore Verbinski exigiu que as sequências seguissem padrões mais elevados.
Piratas do Caribe - O Baú da Morte e Piratas do Caribe - No Fim do Mundo seriam filmados juntos em locais incomuns, com vários navios em condições de navegar e um orçamento de 225 milhões de dólares cada, o que era quase inimaginável na época. Mas os furacões e as ambições crescentes fizeram com que estas somas parecessem demasiado cautelosas em retrospectiva: o terceiro longa acabou por consumir um orçamento de 300 milhões.
Ironicamente, em última análise, não foram nem as longas filmagens no mar nem as viagens a locais remotos de filmagem no Caribe, que a equipe e o elenco lembrariam como as piores dificuldades. O maior pesadelo aguardava Depp, Keira Knightley, Orlando Bloom e outros em um hangar de avião.
"Boa sorte em encontrar outro Jack Sparrow": Fãs de Piratas do Caribe reagem ao anúncio de um reboot sem Johnny DeppUm final de proporções bíblicas
No ato final de No Fim do Mundo, dois veleiros, o Pérola Negra e o Holandês Voador, duelam para decidir o destino da pirataria, do mundo livre e de nossos queridos personagens. Esta batalha se desenrola dentro de um vórtice colossal – o Maelstrom. Ou como o ator coadjuvante, Geoffrey Rush é cita no comunicado de imprensa do filme: "O Maelstrom é algo como o redemoinho bíblico do inferno - e estamos filmando como Cecil B. DeMille teria feito".
DeMille foi o diretor por trás de filmes monumentais como Os Dez Mandamentos e gozava da reputação de ser um cineasta que combinava truques elaborados sem poupar esforços e capturando o máximo de material possível em condições da vida real. Foi exatamente assim que Verbinski procedeu, porque o final de Piratas do Caribe 3 foi filmado usando uma réplica do Pérola Negra e do Holandês Voador – em sua escala original.
Para recriar de forma controlada os movimentos de dois navios puxados para um redemoinho, essas réplicas de navios foram construídas em plataformas elevatórias gigantescas que podiam inclinar 15%. Subconjuntos também foram erguidos para tomadas individuais, como o mastro de um navio no qual os arqui-inimigos, Capitão Jack Sparrow e Davy Jones, interpretados por Johnny Depp e Bill Nighy, duelam.
Walt Disney Pictures
Isso só foi possível em um local de filmagem no mundo: um hangar de aeronaves em Palmdale, Califórnia. Este foi construído em 1983 pela Rockwell International para poder montar 100 bombardeiros voadores na linha de montagem e tem 183 metros de comprimento, 91,5 metros de largura e mais de 71 metros de altura.
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Registros Chuvosos e Brilhantes
Os principais responsáveis pela construção do extraordinário cenário de Maelstrom foram o designer de produção de Os Fantasmas Se Divertem, Rick Heinrichs, e o artista de efeitos de Homem-Aranha 2, John Frazier. Eles tiveram que trabalhar juntos para garantir que o público não conseguisse distinguir as réplicas dos navios usados no resto do filme, mas que ainda pudessem se movimentar pelo hangar conforme planejado.
O cinegrafista Dariusz Wolski também esteve envolvido na construção do cenário para viabilizar a dramaturgia luminosa que ele e Verbinski tinham em mente no hangar. Então ele montou uma rede complexa que consistia em oito poderosos geradores de energia, 90 quilômetros de cabos e 1.400 holofotes especiais. De acordo com o produtor executivo, Mike Stenson, No Fim do Mundo foi garantido como um recorde comercial. No material bônus em blu-ray, ele afirma com orgulho: “Essas são as maiores luzes já usadas para iluminar algo na indústria cinematográfica”.
Para fãs de Donzela e Piratas do Caribe: Esta nova série da Disney promete aventura de fantasia em ritmo aceleradoAlém disso, foram necessárias 40 luzes adicionais no set apenas para a tela azul de aproximadamente 18 metros de altura – afinal, o mar agitado teve que ser adicionado na pós-produção. No entanto, também havia água de verdade no hangar, já que a sequência do turbilhão ocorre durante uma tempestade terrível. Para simular isso, foram instaladas enormes máquinas de chuva e um poderoso sistema hidráulico para captar e reutilizar a água.
Como Frazier se gaba no comunicado de imprensa de Piratas do Caribe 3, as máquinas de chuva foram capazes de produzir mais de 300.000 galões por minuto - outro recorde: "Isso é mais chuva do que jamais foi feito em um cenário de filme antes!", como registrou a Total Film em 2007: Para evitar o desenvolvimento de bactérias durante as filmagens, o interior do hangar teve que ser resfriado significativamente e a água utilizada teve que ser gelada.
Um desafio estranho que valeu a pena
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Também foram utilizadas máquinas eólicas que podiam gerar uma corrente de ar de mais de 160 km/h – força de furacão. Este encontro dos elementos tornou a filmagem do Maelstrom uma tortura. Keira Knightley, por exemplo, diz nos extras do blu-ray: "Você joga chuva e em dez segundos está encharcado - isso é bastante desafiador."
Devido ao perfeccionismo de todos os envolvidos, o desafio foi de longo prazo: as filmagens de Mastrom duraram quase quatro meses. “Esta é uma daquelas situações tão estranhas que você não questiona mais”, disse Depp no comunicado à imprensa.
Já viu? Um espetacular filme de aventura com efeitos inovadores – mas depois da 3ª parte, a saga foi por água abaixoOrlando Bloom comenta sobre as condições de filmagem que lhe facilitaram o sofrimento com seu papel: “Não chamo isso de atuação, chamo isso de sobrevivência! É brutal ficar molhado das oito da manhã às oito da noite." Mas também chega à conclusão: "O gole valeu o esforço".
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