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    O filme que aspirava ao Oscar e homenageava um clássico acaba de chegar ao streaming
    Evelyn Souza
    Evelyn Souza
    Conquistada pela cultura pop, Evelyn adora assistir e discursar sobre filmes teens, de todas as gerações, e aqueles que quase ninguém ouviu falar. Além de ser dorameira e tentar usar seu coreano ínfimo em todas as oportunidades.

    Uma tentativa de atualizar um aclamado drama de Steven Spielberg.

    Há filmes que entram furtivamente na conversa sobre premiações e outros que foram produzidos exclusivamente para esse feitio. Eles tendem a ser os que nos deixam mais preguiçosos, porque se dedicam a cobrir mínimos que, para piorar, geralmente não são interessantes. Mas há alguns que são estranhamente fascinantes, como é o caso de A Cor Púrpura (embora não seja precisamente pelo seu bom trabalho).

    A cor do sofrimento

    A nova adaptação do clássico literário, que já contava com uma aclamada versão dirigida por Steven Spielberg que não deu em nada na época, buscava um triunfo mais contundente. Ficou ainda mais tímido, com menção na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante para Danielle Brooks, apesar de muitos esperarem que essa interpretação musical de Blitz Bazawule tivesse mais profundidade. Agora resta saber se se tornará um filme cult com sua chegada ao streaming no Max.

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    O filme nos conta novamente as lutas e dificuldades vividas por uma mulher afro-americana nos Estados Unidos no início do século XX. Separada de sua amada irmã e de seu pai abusivo, ela é casada à força com um fazendeiro local ainda mais assustador. Sua única fresta de esperança vem de uma cantora de jazz que lhe oferece uma oportunidade.

    Warner Bros.

    A história do romance de Alice Walker permanece intacta, mas a base de inspiração é a adaptação musical da Broadway que fez sucesso no mundo do teatro (e algumas das atrizes dessa performance reprisam seus papéis no filme). Bazawule tenta preservar uma visão que oscila entre o melodrama do sofrimento e números musicais estilizados com canções eufóricas (essas cenas mostram uma continuidade do trabalho do diretor nos videoclipes com Beyoncé).

    A Cor Púrpura e a “Beyoncização” da experiência afro-americana

    Warner Bros.

    É uma abordagem onde o espectador tem que fazer muito da sua parte, desde ser um fã extremo deste tipo de musical da Broadway até ser capaz de resistir a saltos de tom tremendamente abruptos. De resto, encontrará um filme bastante desequilibrado, e por vezes feroz (e não pelo que conta), o que é mais interessante porque nos dá a oportunidade de falar sobre a “Beyoncização” deste tipo de histórias.

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    Ao longo desta onda que tentou oferecer mais visibilidade a diversas experiências, incluindo as afro-americanas, encontramos exemplos aos mais altos níveis do mainstream que glamourizaram ou “elevaram” a diáspora afro-americana. São esforços muito exagerados onde se percebe uma certa influência gospel, que tenta transformar o sofrimento vivido em uma expressão artística alegre.

    Mas no caso de obras como A Cor Púrpura elas aparecem quase como papelão, o que chega a ser um insulto à seriedade do que está sendo contado. Podemos encontrar mais do que exemplos lúcidos tentando contar este tipo de história (e neste caso específico até a versão imperfeita de Spielberg é superior).

    A Cor Púrpura
    A Cor Púrpura
    Data de lançamento 8 de fevereiro de 2024 | 2h 21min
    Criador(es): Blitz Bazawule
    Com Fantasia Barrino, Taraji P. Henson, Danielle Brooks
    Usuários
    3,9
    Adorocinema
    3,0
    Assista agora em Max

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