Está claro que as animações cinematográficas não dependem mais exclusivamente da Disney, tanto na criação de sucessos de bilheteria quanto no avanço da linguagem visual. Ao mesmo tempo em que as duas divisões da empresa tiveram produções abaixo da média, a concorrência fez um progresso considerável em todos os aspectos possíveis para entregar animações de alto padrão.
Havia receio bastante justificado de mudanças nas regras de votação da Academia na categoria de animação no Oscar, uma vez que as produções estrangeiras estavam sendo priorizadas e alguns sucessos norte-americanos (evidentemente medíocres) estavam sendo deixados de lado. Mas agora estamos em um ponto em que há um nível tão alto de animações que uma grande proposta como As Tartarugas Ninja: Caos Mutante acabou ficando de fora.
Katanas e pizza
Ainda assim, essa reinvenção da Paramount/Nickelodeon, dirigida por Jeff Rowe (A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas), provavelmente merecia uma indicação na categoria acima de todas as outras. Um ótimo trabalho de resgate de personagens icônicos, dando a eles um bom desenvolvimento e uma personalidade visual refrescante, que agora pode ser visto em streaming no Prime Video.
Paramount Pictures
Anos depois de um violento acidente que levou à fuga de uma série de criaturas e de uma misteriosa gosma verde desenvolvida por um cientista, um grupo de tartarugas mutantes com nomes de artistas renascentistas coloca em prática seus conhecimentos de artes marciais, ensinados por seu pai e professor, um rato que também é mutante.
Mas o que essas tartarugas adolescentes desejam é poder ser como os outros jovens humanos, ter uma vida ao ar livre e relacionamentos, mas, acima de tudo, aceitação. Algo que elas encontrarão inesperadamente quando trouxerem suas habilidades à tona para combater o mal.
As adaptações cinematográficas anteriores de As Tartarugas Ninjas, em sua maioria live actions, não tinham conseguido criar personagens que tão atraentes e carismáticos. Nesta nova versão, Rowe, juntamente aos produtores e roteiristas Seth Rogen e Evan Goldberg, identificam perfeitamente o apelo das tartarugas mutantes, enfatizando o aspecto adolescente de seu título original em inglês (Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutant Mayhem).
As Tartarugas Ninja: Pura diversão adolescente
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O elenco principal de vozes foi escalado com perfeição (embora o elenco de apoio também seja descaradamente bom) para que pareçam crianças empolgadas com a possibilidade de aventura, além de embarcarem na autodescoberta que marca o cinema adolescente.
Há muito humor e emoção na forma como eles são tratados, mas também na forma como são “desenhados”. A equipe de criação destacou essa mistura de animação digital e linhas caóticas, tão associada a Homem-Aranha no Aranhaverso, para capturar como uma criança que idolatra esses personagens os desenhariam.
Esse tipo de cuidado em todas as áreas é o que faz de As Tartarugas Ninja: Caos Mutante um sucesso tão grande, além do bom desempenho nas bilheterias. Além de alguns elementos típicos dos blockbusters atuais, em que você é levado a um novo universo cinematográfico, há muita autenticidade em um filme que finalmente faz jus ao potencial dessa franquia.
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