Batman Vs Superman – A Origem da Justiça é a sequência de O Homem de Aço, que é considerado o início oficial do DCEU. Um blockbuster de uma época em que os universos cinematográficos ainda eram novos e excitantes e quando ainda não se entendia a visão que o “quadro geral” traz consigo. Só anos depois ficou claro o quão irritante pode ser quando as aventuras na tela não se concentram mais em sua própria história, mas servem apenas como espaço publicitário para projetos futuros.
Foram três anos entre O Homem de Aço e Batman Vs Superman. Nenhum outro filme DCEU foi lançado nesse meio tempo. Da perspectiva de hoje, é uma eternidade e tempo suficiente para os fãs da gigante dos quadrinhos DC esperarem por um futuro dourado para o recém-despertado DCEU, que deve servir como uma alternativa sombria ao cinema pipoca colorido e familiar dos filmes da Marvel.
E as expectativas não poderiam ser maiores, porque com o diretor de 300, Zack Snyder, o universo dos quadrinhos também teve a figura de proa certa amarrada ao seu arco, que já havia provado com Watchmen – O Filme que pode implementar de forma brilhante até mesmo materiais complexos.
Mas com o lançamento veio a desilusão, pois o filme não foi muito bem recebido pela imprensa especializada nem pelos fãs. Pior ainda, em vez de deixar seus concorrentes tremendo de medo, metade do mundo zombou do filme por causa da agora icônica cena “Martha!”. Qualquer pessoa que queira formar sua própria opinião, Batman Vs Superman - A Origem da Justiça está disponível (em sua versão definitiva) no catálogo da HBO Max.
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Quando foi anunciado que o segundo filme sobre o icônico Homem de Aço teria como foco a luta entre Superman e Batman, houve grande empolgação nos círculos de fãs. Um duelo direto entre talvez os maiores heróis dos quadrinhos de todos os tempos, finalmente no cinema? Um sonho se tornaria realidade.
Talvez tenha sido devido às expectativas excessivas que o filme acabou sendo punido com críticas tão negativas? Talvez tenham sido também a vulnerabilidade e a fragilidade psicológica que os personagens aparentemente sobre-humanos revelaram que irritou o público, porque Batman Vs Superman é na verdade um emocionante strip-tease de alma entre dois heróis profundamente humanos.
Homem versus Deus
Os conflitos internos dos super-heróis estão muito mais em foco aqui do que em produções comparáveis do gênero e, ao mesmo tempo, formam um emocionante contrapeso à ação bombástica típica de Snyder, que também atinge o público com a força habitual no longa.
Desta vez, porém, os responsáveis por este caos não se revelam como exaltadas figuras de luz e manipuladores demoníacos; em vez disso, são todas figuras consumidas pelos medos que de alguma forma procuram um lugar neste mundo.
A batalha do “homem contra Deus”, que neste filme encontra expressão tanto no conflito entre Bruce Wayne (Ben Affleck) e Clark Kent (Henry Cavill) quanto no confronto com Lex Luthor (Jesse Eisenberg), torna-se uma batalha de todos - desconfiança demasiado humana numa promessa de salvação que parece artificialmente perfeita.
Ao mesmo tempo, ele também defende a ideia de progresso de uma sociedade esclarecida que acredita mais no poder do indivíduo do que na promessa de proteção e de um futuro próspero através de um aparente filho de Deus.
Na luta contra o cavaleiro das trevas de Gotham, ambos os heróis estão unidos no reconhecimento da vulnerabilidade e no desejo de cuidados maternos como filhos de condições de vida traumáticas e desejos não realizados. O último toque de luz divina finalmente cai na tão difamada cena principal.
Enquanto isso, com medo de sua própria incapacidade humana, Lex Luthor se torna o ser que ele mais teme, faz o papel de Deus e, assim, se torna o maior perigo para a humanidade.
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O fato de Zack Snyder não ser uma pessoa que usa métodos sutis de contar histórias e preferir empunhar um martelo de madeira em vez de uma caneta fina deve ficar claro depois de assistir Batman Vs Superman – A Origem da Justiça.
No entanto, a desconstrução desses gigantes dos quadrinhos, aqui retratados como garotinhos assustados que lutam internamente com seus próprios demônios, é extremamente emocionante de assistir. Destruir os próprios personagens heróis e, assim, torná-los vulneráveis foi algo que realmente diferenciou a DC de sua concorrente em quadrinhos, a Marvel.
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