Temos Clint Eastwood principalmente em duas vertentes: o astro do faroeste imponente transformado em uma extensão urbana, e o cineasta dramático classicista e fordiano em sua essência.
No entanto, um dos períodos mais fascinantes de sua carreira foi quando, na década de 1990, ele se tornou o astro (e até mesmo diretor) de dramas políticos poderosos e contundentes, sendo o pioneiro do fenômeno do "astro de ação sexagenário" que vemos com mais frequência.
Uma visão sombria do poder
Poder Absoluto foi outro de seus excelentes trabalhos nesse tipo de cinema adulto, dirigindo e estrelando um elenco extraordinário, incluindo Gene Hackman, Ed Harris, Laura Linney e Scott Glenn. Um entretenimento perfeito dos anos 90 que está disponível para aluguel ou compra digital na Amazon.
Eastwood interpreta um colarinho branco que rouba as casas mais luxuosas dos magnatas mais ricos. Durante um de seus roubos, um casal de visitantes inesperados surge.
Antes que ele perceba, acaba testemunhando um assassinato brutal cometido pelo presidente dos Estados Unidos, envolvendo sua equipe de governo e o serviço secreto. O criminoso precisa descobrir como apresentar seu caso contra o maior governante do país.
Eastwood usa o mestre roteirista como William Goldman para acrescentar tempero e apelo comercial ao romance de sucesso dos anos 90 no qual se baseia. Um pouco como "não são necessários alforjes para essa viagem", pois aqui o diretor e astro procura replicar o sucesso esmagador de filmes como Os Imperdoáveis, com uma mistura de intriga e tensão em um cenário político bastante simples e digerível, mesmo para o espectador que não tem interesse em política.
O fato de contar com uma lista de atores de primeira linha para preencher o elenco dá muita substância a todos os coadjuvantes e dá muita força a um filme que Eastwood não precisa carregar nos ombros como ator. Embora ele próprio esteja ótimo no papel principal, dando a energia certa a essa obra crua sobre a impossibilidade de confiar em governantes públicos.
Não que Poder Absoluto seja um filme de pódio na carreira de diretor de Eastwood, ou mesmo entre os dramas políticos da década de 1990. Mas foi um trabalho excelente, mais do que agradável, e o tipo de filme que falta nos cinemas de hoje, ou mesmo nos lançamentos em plataformas de streaming.
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