Depois de colaborar com ele em Spartacus, Kirk Douglas mais uma vez pediu ao roteirista Dalton Trumbo – então reabilitado após anos na lista negra macarthista – que lhe confiasse a adaptação do romance de Howard Rigsby, O Último Por-do-Sol.
Ele confiou a direção a Robert Aldrich, autor de vários faroestes memoráveis como Vera Cruz, que acabava de sofrer alguns fracassos públicos. Se as filmagens se revelam acaloradas entre os dois homens obstinados, isso não impede que o filme se torne um dos melhores filmes do gênero de todos os tempos e, inegavelmente, um dos maiores sucessos do diretor.
Na década de 1960, o gênero faroeste, que havia atingido seu apogeu na década anterior, passava por grandes mudanças. Da mesma forma que Two-Faced Vengeance, de Marlon Brando, ou Parceiros da morte/ O homem que eu devia odiar, de Sam Peckinpah, O Último Por-do-Sol testemunha esta mudança.
A trama clássica relaciona o transporte de um rebanho, aliado a uma caçada humana. Outros códigos habituais persistem: os cenários naturais de tirar o fôlego (as filmagens aconteceram no México), os conflitos entre os heróis e os índios ou os bandidos.
Mas o filme também é tingido de melodrama, dando lugar de destaque à psicologia dos personagens (interpretados por Kirk Douglas, Rock Hudson, Joseph Cotten, Dorothy Malone e Carol Lynley). Além do duelo final cuja conclusão inesperada surpreende, trata-se também de temas mais adultos e sobretudo ousados para a época, como o suicídio, a sexualidade e o incesto.
Obra confusa, mas subestimada, O Último Por-do-Sol merece uma chance. Está disponível no Prime Video.
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