Para ousar embarcar num remake do monumental King Kong de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, sem dúvidas, só faltava uma pessoa. Estamos falando do brilhante Peter Jackson que, em 2005, impulsionado pelo sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis, assumiu esse louco desafio: criar uma nova versão do clássico que tanto fascinou espectadores de todo o mundo. A boa notícia é que seu incrível King Kong está disponível no Globoplay.
Se Peter Jackson está no cinema, é justamente por causa do King Kong da década de 1930, que ele descobriu ainda muito jovem. “Eu tinha 8 ou 9 anos de idade. O impacto foi tão grande que decidi imediatamente me tornar um diretor”, diz ele. “Eu disse a mim mesmo: quero ser capaz de fazer filmes como King Kong.”
Peter Jackson tentou filmar sua adaptação de King Kong pela primeira vez com... 13 anos de idade. Usando um modelo do Empire State Building e dinossauros de plástico, o jovem neozelandês fez algumas imagens da famosa cena final com a câmera da família. Mas passariam muitos anos até que ele finalmente realizasse seu sonho de fazer um remake.
“Pode parecer estranho que King Kong tenha feito parte da minha vida por tanto tempo, que tenha sido meu filme favorito por 35 anos”, diz Peter Jackson. “Ser capaz de refilmá-lo foi realizar um sonho incrível, um sonho que eu nunca teria ousado imaginar. Minha dívida com ele só aumenta, pois foi esse filme que me levou ao cinema e tem sido a força motriz da minha carreira. Filmar essa nova versão me deu a oportunidade de agradecer a ele por isso e homenageá-lo.”
Ao contrário de John Guillermin, que ambientou seu remake na década de 1970, Peter Jackson decidiu voltar à década de 1930 para contar sua própria versão de King Kong... Em 1933, para ser mais preciso, em homenagem ao ano de lançamento da primeira versão.
“Aqui, novamente, o ponto alto do filme seria a sequência em que os biplanos atacam King Kong do alto do Empire State Building, e eu não conseguia ver como a presença desses aviões poderia ser justificada no contexto atual”, diz o diretor neozelandês. “Segundo motivo: na década de 1930, ainda podíamos acreditar que em algum lugar do vasto universo havia uma pequena terra incógnita, uma ilha perdida no meio do oceano que havia escapado da vigilância dos cartógrafos. Não estamos mais lá.”
Inicialmente fixado em 150 milhões de dólares, o orçamento de King Kong terminou em 207 milhões de dólares, incluindo 25 milhões acima do orçamento e 32 milhões inteiramente dedicados à produção de efeitos especiais adicionais. E valeu a pena, pois os efeitos especiais foram premiados com um Oscar, um dos três conquistados pelo filme.
Naomi Watts, Adrien Brody, Jack Black e Andy Serkis estão no elenco desse filme, que arrecadou quase 557 milhões milhões de dólares em todo o mundo. Andy Serkis, que já interpretou Gollum em O Senhor dos Anéis, agora interpreta o gorila gigante e o chefe de cozinha Lumpy. Por fim, vale ressaltar que Peter Jackson se inspirou na fisionomia de um gorila real que vive no zoológico de Barcelona para criar o King Kong.