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    Há uma piada nos filmes do RoboCop que você NÃO viu se não ficou até o final dos créditos - e que é uma ironia ao mundo real
    Giovanni Rodrigues
    Giovanni Rodrigues
    -Redação
    Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

    Uma referência para os espectadores está escondida nos créditos de RoboCop há 35 anos e é uma piada brilhante e cheia de ironia.

    No turbulento contexto social e político dos Estados Unidos na década de 1980, nasceu um filme que se tornaria um ícone da ficção científica e do cinema de ação: RoboCop. Esse filme de Paul Verhoeven, de 1987, surgiu em um momento de incerteza e mudança na nação americana, embora hoje possa parecer quase premonitório. A sociedade estava dividida entre um tremendo aumento da criminalidade e uma crescente influência corporativa por meio da privatização de serviços sociais básicos, nesse caso, o Departamento de Polícia de Detroit.

    RoboCop - O Policial do Futuro
    RoboCop - O Policial do Futuro
    Data de lançamento 7 de outubro de 1987 | 1h 43min
    Criador(es): Paul Verhoeven
    Com Peter Weller, Nancy Allen, Dan O'Herlihy
    Usuários
    4,2
    Assista agora em MGM

    Embora agora possa ser visto praticamente como um filme de gênero, RoboCop ofereceu uma visão sombria e distópica do futuro, em que um policial caído em ação renasce como uma máquina, enfrentando robôs homicidas e altos executivos que causam estragos em uma Detroit em decadência. Embora os críticos o tenham elogiado na época por sua mistura de violência e sátira, o filme também levantou questões profundas sobre a natureza da humanidade e nossa conexão crescente com a tecnologia.

    Na época de seu lançamento, RoboCop foi um sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$ 50 milhões nos Estados Unidos. Entretanto, o que fez de RoboCop um filme realmente influente foi sua capacidade de refletir as ansiedades da época. A década de 1980 foi marcada pela paranoia da Guerra Fria, pela epidemia de crack e pela proliferação do crime urbano. RoboCop encapsulou essas preocupações em um enredo repleto de violência e humor ácido cromado.

    Orion Pictures Corporation

    Uma referência escondida nos créditos

    Além de seu impacto social e de sua natureza instigante, a verdadeira surpresa final do filme não estava em sua filmagem principal, mas em seus créditos. Após os tiroteios e as perseguições, muitos espectadores se levantaram e saíram do cinema antes do final dos créditos. No entanto, aqueles que tiveram a paciência de ficar até o final descobriram uma referência sombria e habilmente escondida. Em meio aos avisos de direitos autorais e proteção legal que aparecem em todos os filmes, o diretor Paul Verhoeven inseriu uma pequena piada.

    Em uma ação que combina bom humor e crítica à pirataria, Verhoeven acrescentou um aviso adicional nos créditos: "O não cumprimento dessas regras pode resultar em responsabilidade civil e processo criminal por parte de dróides da polícia".

    Essa frase incomum indicava que, se alguém ignorasse os direitos autorais do filme, poderia enfrentar não apenas sanções legais, mas também ser perseguido por máquinas no estilo do ED-209 do filme. Um toque de ironia e um lembrete sutil da importância de respeitar os direitos de propriedade intelectual e de como essas sanções podem ser desproporcionais em alguns casos.

    Orion Pictures Corporation

    O mais incrível é que esse engenhoso Easter Egg permaneceu praticamente desconhecido por mais de três décadas. A maioria dos espectadores nem sequer notou essa referência nos créditos. Embora o mundo digital e as mídias sociais tenham facilitado sua redescoberta, essa última curiosidade passou despercebida pela maioria.

    A ironia não se limita apenas à presença dela, mas ao próprio filme: RoboCop se tornou o filme mais pirateado de sua época, ressaltando mais uma vez o contraste entre seu aviso e a realidade.

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