Atenção: O texto a seguir contém SPOILERS de Agente Stone!
A Carta é uma organização secreta dedicada à paz mundial que nomeia seus membros com base em um baralho de cartas. A personagem principal de Agente Stone, Rachel Stone (Gal Gadot) é o "Nove de Copas". Cada equipe na Charter é liderada por um "Rei". Portanto, pode haver no máximo quatro reis para comandar a vigilância do mundo. Mas isso também mostra claramente o quão pouco a suposta organização se preocupa realmente com a paz mundial.
Em uma cena do filme conhecemos os quatro reis. O chefe de Stone, o Rei de Copas (Sophie Okonedo), em conversa com o Rei de Paus (BD Wong), o Rei de Ouros (Glenn Close) e o Rei de Espadas (Mark Ivanir). Infelizmente, a cena é muito estranha - porque a lenda da atuação Glenn Close, a estrela de Law & Order: Special Victims Unit BD Wong e o premiado ator europeu Mark Ivanir (A Lista de Schindler) aparentemente filmaram em diferentes locais ao redor do mundo.
A quantidade de tela verde e cortes desenfreados que supostamente dão a impressão de que os quatro personagens estão realmente juntos faz com que toda a cena pareça super estranha aos olhos dos espectadores. Mas isso ainda poderia ser divertido se o momento não carregasse um subtexto também controverso.
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Como é sugerido na cena e confirmado no decorrer do filme, os reis são responsáveis por diferentes áreas do mundo: Rei de Ouros como ex-executivo da CIA para o continente americano, e o Rei de Paus, que já trabalhou para o serviço secreto chinês, provavelmente para a Ásia. Não está tão claro sobre o rei de copas ou espadas, mas podemos assumir que eles dividiram a Europa Ocidental e Oriental - todas as missões da equipe estão na Europa Ocidental, a base fica em Londres.
Mas isso deixa claro que África é um ponto cego para esta organização. Ironicamente, o continente abalado por inúmeras guerras não importa para uma organização que defende a paz mundial? Contraditório. Pode-se descartar isso à primeira vista: talvez seja apenas um erro, existem apenas quatro naipes de cartas. O filme até capta isso sozinho – o que não o torna melhor.
Por que ninguém está interessado no Senegal?
Quando o vilão Parker (Jamie Dornan) e a hacker Keya (Alia Bhatt) querem roubar a IA escondida no espaço, eles aterrizam no Senegal. Quão lógico isto é rapidamente fica claro quando percebemos que a organização, que é tão poderosa, garantindo a paz mundial com agentes camuflados para todos os lados, não tem absolutamente ninguém de serviço num raio de mais de 800 quilômetros daquela região. Trata-se de uma área de mais de dois milhões de quilômetros quadrados que a organização aparentemente ignora.
Poderíamos considerar criticamente o fato de que o continente africano, que representa 22% de toda a área terrestre do planeta, não é de "interesse" quando se trata de paz mundial, afinal, o filme critica as ações da Carta.
No trecho que se passa no Senegal, todo clichê sobre o continente é usado logo depois - aqui não dá para confiar em ninguém, porque até uma mulher, que à primeira vista parece tão simpática e prestativa, só quer te levar até uma gangue de crianças soldados mercenários que controlam uma vila inteira, onde todos atiram em nossa heroína com uma grande arma.
Talvez Agente Stone 2 resolva o problema em algum momento. No final, quando a personagem de Gal Gadot “Nove de Copas” e Keya (agora recrutada como “Coringa” para a organização) se unem, o fazem com o objetivo de tornar o estatuto um pouco melhor.
Mas a forma como Agente Stone trata a África (e obviamente o faz conscientemente) é, obviamente, apenas a ponta do iceberg de um filme da Netflix que falhou por muitas outras razões e foi incrivelmente mal-executado em muitas cenas de ação.
Agente Stone está disponível na Netflix.