Um lutador pela liberdade mascarado como a figura histórica Guy Fawkes, que se autodenomina "V" (Hugo Weaving), não pretende mais assistir a Grã-Bretanha ser destruída sob o regime totalitário do chanceler Sutler (John Hurt) e decide que uma noite, 5 de novembro, atacará o governo. E quase todos os meios são adequados para ele estimular um repensar na sociedade - e assim, finalmente, anunciar um golpe.
É a noite em que ele também conhece Evey (Natalie Portman). Quando a jovem, ilegalmente, perambula pelas ruas de Londres após o anoitecer, ela quase é estuprada por dois capangas do regime. Mas V cruza seu caminho, vai ajudar - e logo vê nela uma aliada na luta contra a injustiça cada vez maior no país...
Cinema blockbuster interessante
O filme de James McTeigue (Ninja Assassino) funciona não só como um fascinante thriller distópico de ficção científica cujo cenário lembra clássicos do gênero como 1984, ou o filme cult Equilibrium com Christian Bale, mas também como um superestilizado espetáculo cômico que se grava na memória com cenas de ação originalmente encenadas. V de Vingança mostra que uma narrativa forte e um cinema bombástico não são mutuamente exclusivos - e triunfa onde muitos outros falham miseravelmente.
E o fato de essa mistura funcionar tão bem não é coincidência. Ao olhar para o início da carreira do diretor McTeigue, fica claro que V de Vingança foi a consequência lógica de seu trabalho anterior. Antes disso, ele já estava atrás das câmeras como assistente de direção para o igualmente sombrio e futurista Cidade das Sombras, bem como para Matrix Reloaded e Matrix Revolutions.
Portanto, não é de admirar que no final tenham sido as criadoras de Matrix, Lilly e Lana Wachowski, que lançaram o primeiro filme solo de McTeigue - e cujas influências em V de Vingança também não podem ser negligenciadas - desde o Agente Smith, Hugo Weaving, no papel principal, até a filmagem em câmera lenta elaboradamente coreografada e superestilizada.