Dentro do gênero de ficção científica há diversas vertentes a serem exploradas. Uma das favoritas entre os roteiristas e diretores que amam brincar com possibilidades é a viagem no tempo. Curiosamente, há uma atriz que estrelou uma série de filmes que envolvem este conceito, porém não teve tanta sorte com suas personagens. Trata-se de Rachel McAdams.
Nestes projetos calcados em diferentes modelos de se transitar entre o tempo e o espaço, a atriz nunca teve a chance de, ativamente, mergulhar em outra era, outra dimensão... nada. Seu vínculo, na maioria das vezes, estava relacionado a outro personagem com a capacidade ou a sorte de cair nas garras do tempo e executar uma viagem até então impossível nos termos da realidade.
Rachel McAdams recusou cinco filmes de sucesso em dois anos porque precisava fugir de Hollywood: "Senti-me culpada"Conhecida inicialmente por seu icônico papel em Meninas Malvadas, atuando como Regina George, ela também teve destaque em produções como Diário de Uma Paixão, Sherlock Holmes, Vôo Noturno, O Homem Mais Procurado e Spotlight: Segredos Revelados, longa vencedor do Oscar de Melhor Filme. No entanto, quando o assunto são tramas voltadas para a fantasia ou sci-fi, a atriz ficou encantada dentro da própria narrativa.
Todas as quatro vezes que foi escalada para histórias com um viajante do tempo, Rachel interpretou o interesse amoroso deste personagem. Sua primeira experiência neste sentido foi em Te Amarei para Sempre. Henry DeTamble (Eric Bana) conheceu Clare Abshire (Rachel McAdams) quando tinha apenas 6 anos, em um campo perto da casa de seus pais. Logo eles se tornaram grandes amigos, avançando para confidentes e depois amantes. Só que há um problema: o futuro de Clare é o passado de Henry. Ele é um viajante do tempo, devido a uma modificação genética rara que o faz levar a vida sem saber em que época estará.
Dois anos depois, McAdams trabalhou em outra narrativa que explora o conceito: Meia-Noite em Paris. Vencedora do Oscar de Melhor Roteiro Original, a trama gira em torno de Gil (Owen Wilson), um homem que sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido. É quando ele misteriosamente viaja para a década de 1920.
Em 2013, Rachel protagonizou a comédia romântica Questão de Tempo, dirigida por Richard Curtis. No projeto, ela interpreta Mary, uma editora de livros americana - mais uma vez o interesse romântico do protagonista. Apaixonada por Tim (Domhnall Gleeson), ela é envolvida em um saga na qual o personagem descobre sua habilidade em viajar no tempo e tenta, a qualquer custo, consertar os erros do passado.
Três anos depois, a atriz esteve em momentos cruciais de Doutor Estranho. Para não quebrar a tradição, ela fez o papel de praxe dentro desse ciclo e deu vida a Christine Palmer, cirurgiã responsável por balançar o coração de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch). Durante o final do filme, o herói da Marvel consegue vencer Dormammu com um loop de tempo infinito, com a ajuda da Joia do Tempo.
Por último, mas não menos importante, a sequência do longa de 2016, Multiverso da Loucura, é o único filme com este aspecto de viagem no tempo que, de certa forma, quebra o padrão. Nele, a artista interpreta uma variante de sua personagem vista no longa anterior. Dessa forma, apesar de não ter viajado no tempo, ela faz parte de outra realidade.
Ao fim, já que a própria atriz não pode voltar no tempo, espera-se que futuramente Rachel McAdams possa protagonizar seu próprio filme com o conceito, com um roteiro que possa explorar as melhores e mais insanas possibilidades da ficção científica - apenas para fazer jus à sua trajetória.