Em 1993, o diretor chinês Kaige Chen lançou uma obra-prima: o filme Adeus, Minha Concubina. O longa-metragem foi "um em um milhão" no país asiático após ser altamente boicotado e, mesmo assim, garantiu um espaço seleto na lista de melhores produções internacionais já feitas.
A trama começa no inverno de 1924, quando Douzi, um menino com traços femininos, é abandonado pela mãe e resgatado posteriormente em uma escola de treinamento de ópera, em Pequim. Lá, ele conhece Shitou, um garoto que interpreta o par romântico de sua personagem. A união que começou nos palcos evolui e o enredo acompanha cerca de 70 anos desta parceria, que suportou alguns dos momentos mais difíceis na história da China.
Na época do lançamento, a história de Adeus, Minha Concubina foi considerada muito controversa, o que causou o banimento do filme da China duas vezes. Além disso, Jackie Chan, que estava cotado para viver o protagonista Douzi em sua fase adulta, rejeitou a proposta de estrelar a trama.
O papel tinha sido oferecido por causa da própria experiência do ator no treinamento da Ópera de Pequim, mas ele recusou, pois temia que a representação de temáticas homossexuais pudesse "manchar" sua imagem. Posteriormente, ele foi substituído por Leslie Cheung, que brilhou na pele do personagem principal.
Apesar de ter sido recusado pelo seu país de origem, Adeus, Minha Concubina foi aclamado internacionalmente, vencendo prêmios como BAFTA e Globo de Ouro, além de ter sido indicado ao Oscar, nas categorias de Melhor Cinematografia e Melhor Filme Estrangeiro.
Em 2018, o longa-metragem entrou na lista dos "100 Melhores Filmes Estrangeiros de Todos os Tempos", da BBC, na qual garantiu um espaço respeitoso no 12º lugar, superando produções como Cidade de Deus, Oldboy, A Viagem de Chihiro e O Sétimo Selo.