Em meio ao sucesso de Barbie e Oppenheimer, alguns lançamentos dos últimos dias podem ter passado despercebidos por muitos, como é o caso de Fogo-Fátuo que chegou aos cinemas na mesma semana. Um pouco distante das telonas, mas completamente relevante para quem ama uma boa ficção-científica, há uma estreia da Netflix que merece bastante atenção: Clonaram Tyrone!.
Dirigido por Juel Taylor (Creed II, Space Jam: Um Novo Legado), o longa acompanha uma série de eventos aleatórios e coincidências super sinistras que, por obra do acaso, acabam colocando um trio improvável - formado por Fontaine (John Boyega), Yo-Yo (Teyonah Parris) e Slick Charles (Jamie Foxx) - diretamente no rastro de uma conspiração nefasta organizada pelo governo norte-americano. Nessa aventura cada vez mais misteriosa, os três serão forçados a se unir para solucionar a situação - que é bem maior do que eles poderiam imaginar - e tentar sair ilesos.
Com grandes reviravoltas até o último segundo da narrativa, o projeto com ares de Corra! e Sexta-Feira em Apuros apresenta um final parcialmente satisfatório para os telespectadores. Apenas em partes, pois os personagens, mudados em relação ao início da história, não conseguiram acabar com "a guerra", mas venceram, sim, "a batalha".
O desfecho da trama mostra como Fontaine é apenas uma peça neste jogo absurdo do governo, que envolve não apenas a clonagem, mas também uma constante vigilância, estudos de produtos variados em seres humanos e uma grande rede de controle. Após ele e os demais decidirem dar o troco àqueles que mexeram com a comunidade local, o personagem de John Boyega descobre que ele é uma variante do geneticista que colocou todo aquele bairro sob a dominância do governo.
"Fui ao inferno e voltei": Jamie Foxx faz emocionante pronunciamento após longo período de internaçãoDepois de destruir o laboratório e as instalações, libertando os inúmeros clones e pessoas aprisionadas, o trio segue em busca de vingança, a fim de destruir as outras unidades que seguem ativas pelo mundo. Após uma breve despedida destes personagens que acompanhamos por pouco mais de duas horas, o filme nos leva para outra parte dos Estados Unidos, em Los Angeles.
Lá, o público finalmente conhece o personagem-título, Tyrone. Trata-se de outro clone de Fontaine, que vive uma vida bem semelhante ao do personagem visto durante a narrativa. Ao assistir o colapso dos clones na TV, logo os seus amigos o encaram dando sentido ao nome do filme, "Clonaram Tyrone!".
John Boyega pede respeito a personagens negros, mas está em paz com Star WarsO desfecho hilário, além de servir como uma ótima sacada para quem estava se perguntando quem, afinal, era Tyrone, também serve para mostrar que a batalha está longe de acabar - e talvez a dominância do governo seja mais extensa e dominante do que se espera.
Clonaram Tyrone! está disponível no catálogo da Netflix.