Assim como aconteceu em 2008, com o lançamento de O Reino da Caveira de Cristal, a chegada aos cinemas de Indiana Jones e a Relíquia do Destino trouxe à tona, mais uma vez, uma das grandes curiosidades relacionadas à saga do arqueólogo de chicote e chapéu: Harrison Ford não foi a escolha original para dar vida ao bom e velho Indy em Os Caçadores da Arca Perdida.
Os anos 70 estavam nas últimas, enquanto a transição para os anos 80, ordenhada pela Hollywood atual com base na nostalgia, esquentava, e a dupla estelar de George Lucas e Steven Spielberg estava moldando seu novo projeto: um filme de aventura que evocaria o espírito dos seriados dos anos 30 que, para surpresa de ninguém, acabou se tornando uma franquia prolífica.
Em busca do ator perfeito
É claro que, além das longas sessões de brainstorming com o roteirista Lawrence Kasdan, uma das tarefas na fase de pré-produção do filme era encontrar um ator carismático, com um certo talento cômico e uma aparência suficientemente atraente e crível quando se tratava de esmagar rostos nazistas sem cerimônia.
A lista de candidatos era tão longa quanto colorida - e, até certo ponto, hilária - e Spielberg e Lucas não hesitaram em recorrer ao Saturday Night Live para começar a elaborar propostas com profissionais como Steve Martin, Chevy Chase e Bill Murray, estrelas como Jack Nicholson e outros artistas como Peter Coyote e Tim Matheson, que eles até testaram diante das câmeras.
No entanto, Steven Spielberg tinha um nome em mente: Harrison Ford. O Rei Midas de Hollywood estava plenamente convencido de que esse era o seu Indiana Jones, mas encontrou um grande obstáculo: a oposição de um George Lucas que já havia trabalhado com Ford em Loucuras de Verão e em Star Wars e que não estava muito interessado em repetir a experiência.
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A recusa total de Lucas resultou na chegada de seu candidato favorito: Tom Selleck. O ator, que havia trabalhado em filmes como The Washington Affair, de Victor Stoloff, e o fantástico Coma, de Michael Chrichton, aceitou a oferta sem pensar. Infelizmente, seu papel como o aventureiro não se concretizou devido a complicações na televisão.
Esses problemas tinham um nome: Magnum. Antes de receber a ligação de George Lucas, Selleck havia acabado de filmar o piloto da lendária série, na qual interpretava um investigador particular sob as ordens de Donald P. Bellisario e Glen A. Larson. As sensações da CBS com a primeira dose do programa foram boas o suficiente para proibi-lo de participar de Caçadores da Arca Perdida.
Essa reviravolta inesperada levou Spielberg a insistir novamente na candidatura de Harrison Ford, que acabou usando a lendária camisa cáqui de Indiana Jones, enquanto Selleck manteve sua camisa Magnum florida e nos deu um dos bigodes mais lendários da história do cinema e da televisão.