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    Só a China conseguiu transformar um fracasso épico em recorde: O filme de fantasia que custou 160 milhões e ninguém quis ver
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    Estrelado por Travis Fimmel e baseado em um aclamado videogame, o longa foi um verdadeiro desastre de bilheteria nos Estados Unidos.

    De nada serviu a Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos, filme de 2016 baseado na famosa franquia de videogames da Blizzard, ter uma sólida fanbase nem ser protagonizado por Travis Fimmel, de Vikings, uma das séries mais amadas da última década. O longa dirigido por Duncan Jones começou com grandes expectativas como um dos maiores projetos de ação e fantasia, mas, pelo menos nos Estados Unidos, poucos se interessaram em ir vê-lo no cinema.

    O enorme baque que Warcraft enfrentou veio de duas frentes. De um lado, os críticos o destruíram – tem apenas 29% no Rotten Tomatoes; do outro, seu faturamento irrisório de US$ 24 milhões em seu primeiro fim de semana fizeram o estúdio temer o pior. As coisas não melhoraram em sua segunda semana, com apenas US$ 7 milhões obtidos. O valor final não surpreenderia mais ninguém: só US$ 46,7 milhões arrecadados em solo americano.

    Se levarmos em conta que Warcraft custou nada mais e nada menos que US$ 160 milhões, o fracasso ficaria ainda mais épico. Conforme reportou o The Hollywood Reporter na época, a ambiciosa produção tinha que fazer US$ 400 milhões em bilheteria para chegar ao ponto de lucratividade. Ou seja, 10 vezes mais do que recolheu.

    Universal Pictures
    Travis Fimmel em cena de Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos.

    Porém, como já aconteceu com vários outros lançamentos ao longo da história, a China estava prestes a mudar completamente esse cenário desastroso. Apenas em seu primeiro dia nos cinemas chineses, Warcraft conseguiu igualar a arrecadação total de sua exibição nos Estados Unidos: US$ 46 milhões, com recorde em IMAX. Depois disso, o número não parou de crescer: foram US$ 156 milhões nos primeiros cinco dias, e o total ainda subiria para US$ 221 milhões somente na China.

    Por fim, somada a receita nos demais países, Warcraft cravou US$ 439 milhões, atingindo assim o ponto de rentabilidade que parecia inatingível nos Estados Unidos. No entanto, mesmo com a China "salvando" o longa, sua horrenda performance em casa determinou seu futuro, com poucas chances de continuação a não ser que haja um reboot.

    Com o bom desempenho de Warcraft na China, ficou clara a grande popularidade do jogo da Blizzard no país asiático. De fato, graças ao público chinês, Warcraft deixou de ser um fracasso épico para bater um recorde: ser o filme baseado em videogame de maior bilheteria da história. E manteve sua posição por cerca de 7 anos, até que o recente Super Mario Bros. arrebatou-a sem discussão, com uma arrecadação de US$ 1.347 milhões, quase US$ 1 bilhão a mais.

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