Os anos 80 foram um terreno particularmente fértil para os cineastas mostrarem ao mundo que, ao contrário da crença popular, os remakes podem muito bem ser melhores que o original. Entre O Enigma de Outro Mundo (1982) e A Bolha Assassina (1988), de John Carpenter, o diretor cult David Cronenberg também conseguiu fazê-lo em 1986. Com A Mosca, ele apresentou um terror sombrio de ficção científica como Scanners: Sua Mente Pode Destruir e Videodrome: A Síndrome do Vídeo, mestres bem conhecidos do horror corporal para muitos. Essa é sua obra-prima absoluta - que não só ganhou um Oscar, mas para nós ainda é um dos grandes clássicos cult que todo fã do gênero deveria ter visto.
A Mosca: o melhor do body horror
Baseado no conto de mesmo nome de George Langelaan, que foi transformado em filme em 1958, A Mosca conta a história de um cientista (Jeff Goldblum), que desenvolveu um teletransportador. Com a ajuda de um computador complexo e duas cabines com fio, ele pode transportar matéria diretamente de um lugar para outro. Mas logo não é suficiente para ele simplesmente usar objetos para seus experimentos - então primeiro coloca um macaco em sua máquina antes de finalmente realizar o teste final em si próprio. Com consequências devastadoras.
É claro que, no final das contas, A Mosca fica gravado na memória com seus efeitos especiais repugnantes, feitos à mão e, do ponto de vista de hoje, ainda magistrais, pelos quais já ganhou um Oscar totalmente merecido. O fato de que o terror de ficção científica de Cronenberg é frequentemente mencionado na mesma frase que O Enigma de Outro Mundo do Carpenter não se deve apenas às suas qualidades com uma criatura viscosa e lamacenta, mas também ao fator remake melhor que o original.
O filme não só fica cada vez mais repugnante à medida que avança, mas também revela um horror profundamente humano que te marca em cada minuto. E isso também se deve ao fato de que o diretor David Cronenberg leva o tempo necessário no início para aproximar os personagens de seu público. O que também ajuda é, claro, um ator principal super carismático como Jeff Goldblum, que, muito antes de Jurassic Park, sabia como encantar seus telespectadores. Com um sabichão imperfeito tão acessível, você simplesmente gosta de torcer por ele.
E, é claro, há a lenda da música cinematográfica Howard Shore (O Senhor dos Anéis), que ressalta o tema básico sombrio do filme e seus picos violentos sanguinários com sons sombrios perfeitamente combinados. Sua trilha sonora dá o toque final na atmosfera do filme e, finalmente, faz de A Mosca o que é: uma joia do gênero incrivelmente atmosférica que, mesmo depois de 35 anos, ainda prende você do primeiro ao último minuto, lançando um feitiço.