Cinco anos atrás, Bohemian Rhapsody teve um triunfo notável no cinema. Embora o filme biográfico sobre o vocalista do Queen, Freddie Mercury, tenha recebido uma recepção mista da crítica, ele se tornou o favorito do público e arrecadou mais de 900 de dólares milhões em todo o mundo. Esse é um sucesso notável em uma época em que a tela grande é dominada por filmes de super-heróis.
A história de sucesso de Bohemian Rhapsody continuou no Oscar de 2019, onde o filme recebeu quatro prêmios: Melhor Ator em um Papel Principal, Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhor Edição. O último prêmio causou indignação porque Bohemian Rhapsody é um filme que foi prejudicado por inúmeros cortes.
Bohemian Rhapsody não merecia o Oscar?
O melhor exemplo do massacre da edição é a cena em que o Queen se encontra com seu futuro empresário John Reid. É uma conversa que ocorre em uma mesa e dura 104 segundos. Nesses 104 segundos, são feitos 60 cortes, resultando em uma tomada média de apenas 1,8 segundo.
Embora a cena não seja complexa em sua estrutura, ela parece agitada por causa dos muitos cortes. É muito difícil se orientar no espaço cinematográfico. Por último, mas não menos importante, a edição não segue nenhum ritmo específico, mas apenas encadeia reações que não dizem nada de novo sobre os personagens. É uma bagunça total.
No YouTube, o ensaísta de vídeo Thomas Flight explica em detalhes por que a edição de Bohemian Rhapsody é tão terrível: a cena da conversa mencionada acima, quadro a quadro, ilustra vividamente os problemas da edição.
O fato de a edição de Bohemian Rhapsody ser tão caótica certamente também pode ser atribuído ao histórico de produção agitado do filme. Originalmente, Sacha Baron Cohen deveria interpretar o papel principal, mas deixou o projeto devido a diferenças criativas. Só mais tarde Rami Malek foi contratado.
Dois diretores estavam envolvidos em Bohemian Rhapsody

A essa altura, Bohemian Rhapsody já havia passado algum tempo em uma confusão de desenvolvimento: o filme biográfico deveria ter sido lançado com Bryan Singer como diretor, que acabou demitido. Ele estava ausente do set e se desentendeu com o elenco e a equipe, sendo substituído pelo diretor de Rocketman, Dexter Fletcher.
Ao longo dos anos, muitas forças diferentes, com objetivos diferentes, influenciaram o filme. O fato de a edição não ser nada elegante é a melhor prova de que não havia uma visão clara. No final, as partes individuais de Bohemian Rhapsody foram simplesmente - e tristemente - remendadas.