Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, quarto filme da franquia criada por Steven Spielberg e George Lucas, começa com uma operação realizada por soldados soviéticos no estado americano de Nevada, em 1957, a fim de sequestrar o famoso arqueólogo vivido por Harrison Ford e seu parceiro George McHale (Ray Winstone).
O roteiro, assinado por Lucas e David Koepp, continua com Indy conseguindo escapar apenas para se meter em mais uma confusão. O adolescente Mutt Williams (Shia LaBeouf) o procura para pedir ajuda depois que um amigo em comum foi sequestrado junto com sua mãe, Marion Ravenwood (Karen Allen). Com o tempo se esgotando e os agentes russos se aproximando, a dupla segue para a América do Sul em busca de uma mítica cidade feita de ouro.
Assim como seus antecessores – Os Caçadores da Arca Perdida (1981), O Templo da Perdição (1984) e A Última Cruzada (1989) –, o longa trata da busca pelo conhecimento. Afinal, embora Indy seja mais lembrado por suas aventuras de campo, ele também é professor universitário e tem uma ampla bagagem teórica.
É isto que a líder dos soviéticos, Irina Spalko (Cate Blanchett), não percebe: o conhecimento deve ser conquistado. É claro que os ignorantes podem se aproveitar dos sábios, mas não surpreende que eles se deem mal no fim. É o que acontece com Spalko, que, ao tentar copiar o dever de casa de Jones, acaba expondo seu total desconhecimento. “Eu quero saber tudo!”, brada ela segundos antes de seu cérebro derreter sob o peso do conhecimento infinito.
A disputa entre Indy e Spalko tem maior significado narrativo quando se considera que o filme retrata o período da Guerra Fria. Ainda assim, há ecos do trágico bombardeio atômico promovido pelos Estados Unidos no Japão, em agosto de 1945, que serviu de encerramento para a Segura Guerra Mundial.
A referência aparece mais explicitamente quando Spalko diz: “Agora me tornei a Morte, a destruidora de mundos.” Essas palavras foram proferidas por ninguém menos que Robert J. Oppenheimer após a criação da arma nuclear. Justamente a história do cientista americano e de sua terrível invenção são tema do novo projeto de Christopher Nolan, Oppenheimer, que estreia no dia 20 de julho e traz Cillian Murphy como o personagem-título. Será que a icônica fala estará presente?
Assim, fica claro que as várias missões empreendidas por Indy têm uma razão maior do que a satisfação pessoal: é preciso impedir que artefatos históricos caiam nas mãos erradas, pois podem levar à destruição da humanidade. É isso que também move o arqueólogo no 5º e último filme da saga, intitulado A Relíquia do Destino, que chega aos cinemas hoje (29).