Um assassino aposentado se vinga quando seu carro é roubado e seu cachorro é morto. Soa um pouco estranho, certo? Mas, se bem feito, pode funcionar. A prova de que qualquer história é boa se bem contada é John Wick. A franquia protagonizada por Keanu Reeves é atualmente uma das sagas de ação de maior sucesso, mas quando começou ninguém dava um centavo por ela. Agora, suas quatro parcelas somam mais de um bilhão de dólares em receita.
No início dos anos 2000, Derek Kolstad não estava no auge. Ele havia escrito oito roteiros, mas nenhum entrou em produção. Depois de várias tentativas, ele criou o roteiro de Scorn, uma história que acompanhava um assassino aposentado na casa dos 60 ou 70 anos que é forçado a matar novamente.
O roteiro chamou a atenção de vários estúdios, mas Kolstad acabou fechando um acordo com uma empresa iniciante chamada Thunder Road Pictures. Embora o protagonista tenha sido criado para atores como Harrison Ford e Clint Eastwood, a busca mudou para alguém com uma longa história no mundo do cinema. Naquela época, Reeves estava procurando um projeto de ação para estrelar e a história escrita por Kolstad o interessou muito.
John Wick 5 vai acontecer? Novo filme com Keanu Reeves tem atualização empolgante para os fãsDepois que Reeves foi oficialmente anexado ao projeto e David Leitch e Chad Stahelski foram contratados como diretores, Kolstad e o ator de Matrix passaram dois meses reescrevendo o roteiro. O intérprete, por sua vez, também enfrentou um treinamento duro, apesar de já ter experiência anterior com artes marciais e cenas de ação.
Antes e depois das filmagens, problemas financeiros afetaram John Wick e o projeto quase foi cancelado cinco dias antes do início das filmagens. O produtor até deu ao figurinista seu próprio cartão de crédito. Quanto ao elenco, que incluía Willem Dafoe, Ian McShane e Adrianne Palicki, alguns concordaram com um corte no salário. Reeves até colocou seu próprio dinheiro no filme e os diretores ajustaram as cenas para caber no orçamento.
POUCA FÉ NO PROJETO
As filmagens da primeira parcela começaram em outubro de 2013 com um orçamento entre 20 e 30 milhões de dólares. O produtor pensou, durante os primeiros cinco dias de filmagem, que o projeto não ia dar certo, mas depois mudou de ideia.
Em 2014, John Wick entrou em pós-produção, e o nervosismo continuou porque havia pouca fé no filme. No entanto, um teste provou que eles estavam errados e as pessoas reagiram positivamente. Em agosto daquele ano, o longa-metragem ainda não havia encontrado uma distribuidora. Ao que tudo indica, não houve interesse em um projeto com diretores inexperientes. Porém, a Lionsgate apostou no filme.
Nesse cenário, a empresa realizou exibições gratuitas em 42 cidades dos Estados Unidos. Essa estratégia, juntamente com o quão bem Reeves foi nas entrevistas do filme, transformou um filme subestimado em um grande evento.
John Wick: De Volta ao Jogo arrecadou mais de 86 milhões de dólares nas bilheterias. As boas reações do público aumentaram o interesse pelo personagem e a saga começou a se desenvolver. A sequência John Wick - Um Novo Dia Para Matar foi lançada nos cinemas em 2017 e fez mais de 174 milhões em todo o mundo. A terceira parcela John Wick - Parabellum chegou em 2019 e garantiu mais de 328 milhões. Por fim, John Wick 4: Baba Yaga estreou em 2023 e vendeu mais de 428 milhões mundialmente.
A franquia vem se expandindo e, em 2024, chegará aos cinemas Ballerina, o spin-off feminino da saga com a atriz do momento: Ana de Armas. Reeves terá uma aparição no filme. Além disso, este ano será lançado The Continental, uma série ambientada nos hotéis dos assassinos.