Alguns filmes fracassam porque o roteiro não consegue cativar o espectador. No caso de Passageiros, o filme se desfez, em parte, por um detalhe polêmico no roteiro que não gerou respostas muito boas.
Caso você ainda não tenha visto, o longa-metragem se passa em uma nave especial onde milhares de pessoas em hipersono se dirigem para um novo planeta. A cabine de Preston (Chris Pratt) sofre um defeito, fazendo com que ele acorde faltando muito tempo para chegar ao destino. Atormentado pela solidão e pensamentos suicidas por um ano, ele desperta Aurora (Jennifer Lawrence), uma garota que ele viu no navio e que se torna sua nova companheira.
Algo soa estranho, certo? O personagem de Pratt força Aurora, uma completa estranha, a ficar presa da mesma forma que ele. Embora seu despertar tenha sido um erro terrível, Aurora poderia ter desfrutado de uma nova vida no planeta para o qual eles se dirigem, mas agora ela foi privada disso por causa de um rapaz que se sentiu atraído por ela.
Como você pode imaginar, isso foi percebido como uma romantização tóxica por muitos espectadores e críticos. De acordo com o The Telegraph, o filme é "uma ode arrepiante à manipulação" que minimiza o "ato central violento". O mesmo acontece com ScreenCrush, que acredita que, no enredo do filme, a "consentimento não significa nada" e envia a mensagem errada de que "perseguição é romântico".
UMA RECEPÇÃO DESAPONTANTE NA MÍDIA
Passageiros acabou arrecadando 303 milhões de dólares de bilheteria, o que, se compararmos com os 150 que custou, não é nada mal. Esperava-se mais, pelo menos, com as avaliações críticas. Atualmente, o filme tem uma classificação de 30% no Rotten Tomatoes e você pode ler alguns comentários como "o maior pecado do filme é seu tédio intrínseco" ou "o ato final é um desastre desmedido".
Muitos também relataram a estranha relação entre os protagonistas. "O filme não se compromete com nada além de convencer seus espectadores de que uma mulher deve se contentar com qualquer homem que seja vagamente gentil com ela".