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    Este é o único filme de terror feito pela Disney: Foi destruído pela crítica e tem 152 finais alternativos
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    Nos anos 80, determinado a conquistar o público adolescente, o estúdio desenvolveu projetos que se distanciavam de sua assinatura.

    Walt Disney Productions

    Nos anos 80, a Disney queria conquistar um novo público: o adolescente. O estúdio desenvolveu alguns projetos que estavam longe de seu estilo, e foi então que nasceu o único filme de terror que a Casa do Mickey fez até hoje. É verdade que agora a empresa lança títulos do gênero, mas o faz por meio da 20th Century Studios. Este longa de que estamos falando foi produzido pela própria Disney!

    Baseado no romance homônimo de Florence Engel Randall, publicado em 1976, The Watcher in the Woods (conhecido no Brasil como Olhos na Floresta ou Mistério no Bosque) gira em torno de uma adolescente e sua irmã mais nova. As duas acabam envolvidas em um mistério relacionado a uma jovem que desapareceu na mata que cerca sua casa, no interior da Inglaterra.

    A Disney levou a ideia tão a sério que, além de Lynn-Holly Johnson e Kyle Richards, escalou ninguém menos que Bette Davis, uma das musas da Era de Ouro de Hollywood. Vale lembrar que, originalmente, o estúdio queria que Diane Lane interpretasse Jan, a protagonista, mas ela recusou a oferta. Foi quando eles escolheram Johnson, uma patinadora artística que havia se tornado muito popular graças ao longa Castelos de Gelo (1978).

    The Watcher in the Woods teve um orçamento de US$ 9 milhões. Durante as filmagens, houve alguns problemas, sobretudo porque o produtor Ron Miller interferia em certas cenas intensas a fim de amenizá-las, gerando atritos com o diretor John Hough. A situação ficou ainda pior quando do lançamento.

    Lynn-Holly Johnson, Bette Davis e Kyle Richards em cena de Walt Disney Productions
    Lynn-Holly Johnson, Bette Davis e Kyle Richards em cena de

    O plano da Disney era entrar aos poucos no circuito comercial, com uma estreia limitada em um cinema para então atingir mais 600-700 salas. Acontece que, em abril de 1980, o público que assistiu ao filme na sessão de Nova York não gostou nem um pouco – opinião compartilhada pela crítica. A resposta foi tão ruim que, após 10 dias, foi tirado de cartaz, e a Disney decidiu mexer no começo e no fim.

    Para isso, o estúdio realizou extensas refilmagens, desembolsando US$ 1 milhão a mais. E encontrar o desfecho perfeito foi extremamente difícil, como revelou Harrison Ellenshaw, encarregado dos efeitos visuais.

    "O filme saiu e depois foi cancelado. O departamento de história e várias pessoas no estúdio pensaram em finais. Eu tenho todos esses finais guardados em um pacote. Eles eram todos horríveis, e isso era parte do problema. Eles ficaram com três finais que foram enviados para o departamento de história, que criou suas próprias versões", disse Ellenshaw ao The Digital Cinema. "Quando eles me pediram para entrar, eles me deram uma pilha desses finais, quase 152."

    Hough não dirigiu nem o novo início nem a nova conclusão, que ficaram a cargo de Vincent McEveety – não creditado no filme. Em seu segundo lançamento, The Watcher in the Woods arrecadou apenas US$ 5 milhões mundo afora – US$ 4 milhões a menos do que seu orçamento. Os críticos também desaprovaram o final modificado e o longa como um todo, que tem 50% de aprovação no Rotten Tomatoes.

    The Watcher in the Woods não está disponível em nenhum serviço de streaming, nem mesmo no Disney+. Abaixo você pode conferir o trailer:

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