Depois de 12 anos, 11 temporadas e 177 episódios, The Walking Dead chegou ao fim em 20 de novembro de 2022. O desfecho da série da AMC passou, em grande parte, despercebido, mas ninguém pode lhe tirar o status de fenômeno que revolucionou não só o gênero pós-apocalíptico, como também a vida de seus participantes.
De fato, embora no final The Walking Dead tenha deixado de ser o que era em seu auge, os atores tiveram que responder, por anos e anos, a perguntas relacionadas à trama de zumbis. Independentemente do tempo que passou desde sua última aparição ou do número de temporadas em que estiveram, todos carregam a marca de terem sido sobreviventes, além de histórias bastante inusitadas dos bastidores.
Uma das mais curiosas foi revelada por Tom Payne, que interpretou Paul Rovia da 6ª à 9ª temporada. Mais conhecido como Jesus, o personagem foi recebido de braços abertos por ser uma figura importante nos quadrinhos, responsável por apresentar os sobreviventes a uma nova comunidade. Apesar de sua chegada ter sido bem diferente do material original, a essência de Jesus permaneceu a mesma: um cara do bem, bom conselheiro e bom companheiro.
O primeiro a se apaixonar pelas qualidades de seu personagem foi o próprio Payne. Por isso, a certa altura da série, quando viu ameaçada a melhor virtude de Jesus, o ator se negou a pronunciar uma das falas que estavam no roteiro. E, ainda que Payne conte isso em tom de brincadeira, o personagem foi eliminado na temporada seguinte.
Em sua passagem por The Walking Dead, Jesus havia mostrado uma posição pacifista na guerra contra os Salvadores e claramente se chocou com a atitude vingativa de Morgan (Lennie James). Porém, nos momentos finais da 8ª temporada, os roteiristas decidiram quebrar a fachada benevolente de Jesus e mostrar sua simpatia pelo desejo de Maggie (Lauren Cohan) de matar Negan (Jeffrey Dean Morgan).
Na cena em questão, Maggie e Daryl (Norman Reedus) conspiram para matar o líder dos Salvadores, convencidos de que Rick Grimes (Andrew Lincoln) e Michonne (Danai Gurira) não deveriam ter poupado sua vida. “Precisamos da nossa força, da capacidade de nos defendermos melhor. Temos que ter isso”, diz Maggie a Jesus em seu escritório, em Hilltop.
Então, quando a viúva de Glenn (Steven Yeun) informa que vão aguardar o momento exato para provar que Rick estava errado, Daryl fica do seu lado. “Sim. Vamos fazer isso”, endossa o motoqueiro.
Como o portal ComicBook relatou na época, Payne revelou durante a Atlanta Fandemic Tour de 2022 que se opôs a dizer a linha em que concordava com o plano vingativo de Maggie. “Eles queriam que eu também falasse: 'Sim, vamos.’ Eu passei a temporada inteira desencorajando a morte de Negan e qualquer luta contra seres humanos. Eu simplesmente me recusei a fazer como eles queriam.”
The Walking Dead: Confira as 10 mortes mais traumáticas da sérieDe acordo com Payne, a maneira como entregou a fala foi “meio sem entusiasmo”. Não à toa, na versão final Jesus só é mostrado apoiando a construção de Hilltop. “Eles cortaram e depois me mataram na temporada seguinte”, lembrou Payne com uma risada. “Mas foi muito difícil para mim.”
“Naquele momento, eu disse a eles: ‘Não vou mentir. Não posso mentir para as câmeras, porque vão saber.’ Passei toda a temporada contra a guerra e contra a matança. Por mais que meu personagem apoiasse Maggie, senti que era meio estranho para ele”, acrescentou Payne. “Eu honestamente não poderia fazer isso como ator e simplesmente me recusei. Então descartaram.”
Jesus deixou o elenco de The Walking Dead com a chegada de Alpha (Samantha Morton) e seu grupo de Sussurradores. Um deles assassina o homem durante uma confusão com uma multidão em um cemitério. Sua morte ajudou os protagonistas a descobrirem o tipo de ameaça que teriam pela frente.