Os tempos mudaram – é um fato. E a Disney, um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, não quer ficar fora da mudança. Prova disso é que os novos live-actions do estúdio, baseados em suas animações clássicas, vem fazendo alterações não só no conteúdo das histórias, como também na composição do elenco. Um dos projetos mais aguardados é A Pequena Sereia, que chega aos cinemas em 26 de maio de 2023, trazendo Halle Bailey, uma jovem atriz afro-americana, como uma "Ariel moderna".
Pelo menos foi o que antecipou o diretor Rob Marshall em recente entrevista à Entertainment Weekly. "Em primeiro lugar está a paixão dela – esse fogo é muito importante", explicou ele. "Ela se sente deslocada, e é realmente uma história épica de encontrar seu verdadeiro eu. Mas também precisa haver muita alegria. É uma estranha combinação de inocência e sabedoria, e muita alma e coração. Ela é muito moderna nesse sentido."
O filme tem como base o desenho de 1989, o primeiro de um período de revitalização para a Disney, o chamado "renascimento", que durou até o fim dos anos 90. Por sua vez, a primeira versão é livremente inspirada no conto de fadas de Hans Christian Andersen, publicado originalmente em 1837.
“A personagem remonta a outro século, mas, já em 1989, parecia de certa forma uma mulher muito moderna, alguém que vê sua vida de maneira diferente de qualquer pessoa ao seu redor, e vai atrás de seu sonho", continuou Marshall.
Sem entrar muito em detalhes, o cineasta contou que a Ariel interpretada por Halle "quebra uma regra que nunca é quebrada" ao se aventurar para além da superfície. "Existe basicamente um muro construído entre os mundos. Mas, no nosso filme, ela não tem medo do 'outro', do mundo humano", disse o diretor.
A trama então continua com a protagonista contrariando as ordens de seu pai, o rei Tritão (Javier Bardem), e entregando sua voz para Úrsula (Melissa McCarthy), a bruxa do mar, em troca de se tornar humana. Assim, Ariel coloca tanto sua vida quanto a de seu reino em risco.
ENFIM VEREMOS A FAMÍLIA DO PRÍNCIPE ERIC?
O par romântico da sereia, Eric (Jonah Hauer-King), também foi modificado para que ganhasse maior complexidade. "Na animação – tenho certeza de que os criadores originais concordariam com isso – é um príncipe clássico e sem graça, sem muita coisa acontecendo", observou Marshall.
"No live-action, há toda uma história que se desenvolve. Ele tem uma mãe, uma rainha, isso é novo. Ele tem uma trajetória muito parecida com a de Ariel. Ele não sente que se encaixa em seu mundo."
Segundo o diretor, Ariel e Eric são almas gêmeas que podem ensinar ao mundo sobre preconceito e sobre como derrubar barreiras. Ainda assim, ela reafirma que não havia qualquer agenda racial ao escalar Halle para A Pequena Sereia.
A Pequena Sereia: Halle Bailey não é a primeira sereia negra da Disney"Vimos todo mundo, de todas as etnias. Estávamos apenas procurando a melhor atriz para o papel. Ponto final", decretou Marshall, que buscava uma jovem "incrivelmente forte, apaixonada, bonita, inteligente" e com "muito fogo e alegria". Ele encontrou todo esse frescor em Halle, da dupla musical Chloe x Halle.
Vale lembrar que Daveed Diggs, Jacob Tremblay e Awkwafina também estão no elenco do remake, dublando Sebastião, Linguado e a versão feminina de Sabidão, respectivamente.
O responsável pela trilha sonora é ninguém menos que Lin-Manuel Miranda, criador de Hamilton e Em um Bairro de Nova York, além de compositor de Encanto. Faixas inéditas estão sendo produzidas para o live-action, juntando-se às já mundialmente famosas canções de Alan Menken, como “Part of Your World”, "Under the Sea" e “Kiss the Girl”.