Enola Holmes, produção Netflix baseada na obra de Nancy Springer, autora de “Os Mistérios de Enola Holmes”, fez sua estreia na plataforma em 2020 trazendo Millie Bobby Brown, a estrela de Stranger Things, na pele da protagonista destemida e irmã do lendário Sherlock (Henry Cavill). A sequência do longa acaba de chegar à Netflix, e em Enola Holmes 2, após os desdobramentos do primeiro filme, vemos a protagonista finalmente podendo ser considerada uma detetive "de verdade", tal como seu irmão. Mas, ao ser chamada para investigar o desaparecimento de uma menina, ela descobre que há muito mais em jogo.
Apesar de ser uma ficção, esta sequência apresenta alguns elementos que fazem referência à fatos históricos, e pessoas que existiram na vida real. Ajudando a estruturar a trama que busca falar sobre sororidade e a luta das mulheres por seus direitos, e se passando em uma Londres do século XIX, uma referência muito forte é feita a chamada greve das Matchgirls de 1888.
Mas o que foi a Greve das Matchgirls?
A Greve das Matchgirls foi uma greve feminista geral, organizada por trabalhadoras de uma fábrica de fósforo em Londres, em 1888. A paralisação da fábrica de fósforos Bryant & May foi liderada por Sarah Chapman, que na trama é vivida por Hannah Dodd.
Além de mais de 14 horas de jornada, as mulheres (muitas meninas e adolescentes) protestaram contra as condições insalubres de trabalho, pois tinham que conviver com um fósforo branco tóxico, que contaminava os alimentos e tinha o potencial de causar deformidades no maxilar e até danos cerebrais.
A greve das Matchgirls durou várias semanas até que os executivos da Bryant & May finalmente cederam à pressão das mulheres trabalhadoras e as condições de trabalho foram melhoradas. Faz todo o sentido, para contar a história de uma jovem corajosa como Enola Holmes, lembrar de outras tantas meninas e mulheres destemidas da vida real, não é mesmo?
Enola Holmes 2 já está disponível na Netflix.