Excelente! Esta segunda parte baseada no livro "O Mundo Perdido" de Michael Crichton consegue manter o mesmo nível e ser tão bom quanto o primeiro. Ao comentarmos de Jurassic Park a primeira coisa que nos vem à cabeça são imagens do primeiro filme que realmente marcou o cinema e conquistou milhões de fãs ao redor do planeta. Porém este segundo apresenta também grandes e marcantes cenas.
Este segundo livro começa quando o milionário John Hammond descobre que no sítio B onde os dinossauros foram criados, outra ilha perto da onde os acontecimentos do primeiro filme se passaram, ainda havia algumas espécies vivas. Ele resolve então enviar uma equipe para ver se era possível montar um novo parque no local mas sem cometer erros anteriores. Ele chama então um dos cientistas do primeiro filme, o Dr. Ian Malcolm para fazer parte da equipe. Para ele não recusar a oferta ele antes manda a namorada paleontóloga dele para o local. Ao mesmo tempo um outro grupo liderado pelo sobrinho ganacioso de Hammond, também chega ao local com o objetivo de capturar os animais para que fossem levados para San Diego, já que sderia mais viável levar os animais às pessoas do que pessoas irem à Iha. Depois de ataques dos dinossauros e acidentes, os grupos perdem seus equipamentos de comunicação e tentam ficar à salvo dos ataques.
Este filme possui as mesmas características do original, nos propiciando boas falas de humor novamente proferidas na maioria da svezes pelo personagem Ian Malcolm. Além disso o suspense, medo nunca estiveram tão presentes em mais uma grande aventura. A ótima fotografia de Janusz Kaminski, mais escura e assustadora com cenas predominantemente noturnas e com chuva como no filme original, aliado à direção de arte, trilha sonora do mestre John Williams e o som impecáveis complementam na criação do suspense.
Curiosamente notamos facilmente aqui a influência do clássico King Kong em várias referências. Um dos navios atracados nas docas de San Diego chamava-se "The Venture", o mesmo que trouxe o gigante gorila para a América. Outro ponto é que após uma grande aventura no habitat da criatura, ela é capturada e levado à América para ser explorada comercialmente pelo homem, e assim como King Kong, chega de navio. Durante o filme percebemos uma cena em que a filha de Ian Malcolm fica com Eddie Carr em uma estrutura suspensa no alto, com a cena ficando bem parecida coma cena do sacrifício da tribo da ilha para King Kong. E é claro não poderia faltar a cena em que a "fera" se liberta e sai pelas ruas da cidade causando pânico. Ainda no porto percebemos o dinossauro fazendo grande barulho com a vista dos prédios à sua frente, parecendo a cena de Kong em cima do prédio no final do filme, dando o contraste perfeito da atualidade com um ser que viveu Há 65 milhões de anos. Ainda na escapada, o T-Rex sai causando destruição e pânico pelas ruas, assim como quando Kong consegue se livrar das correntes que o prendiam. A diferença é que o animal não foi morto, apenas recapturado e enviado de volta à Ilha.
As semelhanças em várias cenas com o clássico dos anos 30 são evidentes e usadas com competência na fórmula deste roteiro mais uma vez bem adaptado por David Koepp, um dos colaboradores mais atuantes atualmente com Spielberg. A história condensa em pouco mais de duas horas uma boa história e que nem percebemos passar de tão bem que fluiu. É importante citar aqui também as ótimas cenas desta produção como as cenas de perseguição em meio à mata da ilha, assim como a cena da queda do trailer no penhasco, a cena do ataque dos dinossauros na central de comunicação, a invasão do barco descontrolado no porto da Ingens, como toda a sequência final do dinossauro causando alvoroço em San Diego, com destaque para cena do garoto e de seus pais percebendo o gigante em seu jardim.
Mais uma vez ressalto as boas presenças de Jeff Goldblum, Julianne Moore e Vince Vaughn, além das participações pequenas mas especiais de Richard Attenborough, Joseph Mazzello e da já adolescente e belíssima Ariana Richards. Infelizmente, em especial as crianças, tiveram nada mais do que uma frase logo no início do filme. A sensação que fica é que poderiam aparecer mais, porém deve-se entender que este filme / livro pertencia de fato à outros protagonistas. Cito também a pequena participação da ainda criança Camila Belle na cena de abertura em que ela é atacada por vários dinossauros menores. Negativamente destaco Vanessa Lee Chester, que interpretou a filha do personagem de Goldblum. Ela realmente não tem boa atuação, se expressão e carisma algum, conseguindo ser uma das personagens mais chatas e desnecessárias dos últimos tempos.
Mais uma vez temos um show de efeitos especias, que juntos aos bonecos eletrônicos, nos passando a exata sensação de temor pelos dinossauros, que conseguiram manter o ótimo nível do filme antecessor. A direção de Spielberg é como sempre evidente nas cenas megalomaníacas e com extremas qualidade. Mais um clássico dirigido pelo mestre do cinema. O filme segue bem a fórmula do original e após quatro anos de espera temos uma continuação digna e do mesmo nível! Aventura imperdível, um clássico assim como o filme de 1993!