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4,5
3589 notas
Você assistiu O Iluminado ?
Amanda A.

8 críticas

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4,5
Enviada em 10 de fevereiro de 2013
Obra prima de Stanley Kubrick, esse filme foi um marco do terror dos anos 80. Insanidade e loucura são contestadas em meio a um cenário deserto e arrepiante. Com um enredo ótimo e Jack Nicholson em sua melhor forma, temos um filme surpreendentemente assustador.
5,0
Enviada em 8 de fevereiro de 2020
Here's Johnny !!! Quem ao menos não ouviu essa icônica frase do cinema ?.Sempre que eu revejo este filme eu gosto dele mais ainda,é impressionante como o tempo se passa e esta obra continua irretocavel. Em 1980 o mestre Stanley Kubrick mostrava ao mundo uma das melhores obras do horror de todos os tempos,que viria a ser modelo para inúmeros filmes lançados posteriormente.Após ler The Shining escrito pelo mestre Stephen King,Kubrick resolveu fazer a adaptação do livro para os cinemas,como todos nós sabemos essa é uma das adaptações mais conturbadas do King que depois do lançamento revelou ter odiado o filme graças a desconstrução proposta no roteiro do filme sobre o livro,King se via no personagem do Jack e por isso atacou também a atuação de Jack Nicholson na época.Bom,The Shining pode não ser uma boa adaptação,mas como filme ele funciona da maneira mais primorosa possível,Kubrick disse que queria fazer o filme mais assustador de todos e quase dirigiu O Exorcista,aqui ele entrega um dos filmes mais assustadores psicologicamente falando.A atmosfera criada em volta do filme é perfeita,o trabalho com a câmera é sublime,um show de Tracking Shots e Planos Sequência que se tornaram clássicos no cinema.Quem não se lembra da câmera acompanhando O pequeno Danny e seu triciclo ? e desta forma,esse passeio pelo hotel Overlook cria uma tensão psicológica muito produtiva ao espectador que mergulha em um ambiente que dá agonia e a claustrofobia é um elemento forte na condução desse segmento.Dá para dizer que o horror visual serve apenas para complementar o que foi criado pelo diretor,quando vemos uma criatura ou uma pessoa sinistra,podemos perceber que aquilo faz parte de algo que se complementa com a atmosfera do filme.O trabalho técnico rende cenas brilhantes,seja ela a do corredor sangrento ou até o trabalho de maquiagem muito bom,a ambientação seja ela dentro do hotel ou fora é espetacular,sendo a segunda fria ao extremo é a trilha sonora é gigante,assustadora e clássica.Portanto,mesmo o roteiro criando a ambientação e o horror de maneira devagar,ele se sustenta pois a direção faz com que aquilo seja plausível as paranoias e visões são absurdas e o trabalho de câmera faz com que você se sinta em meio a um "labirinto" de pesadelos.Se temos direção,roteiro e trabalho técnico com tanta perfeição,é inevitável deixa de falar de Jack Nicholson, é uma atuação sinistra e sádica,temos um dos melhores psicopatas do cinema com uma crescente arrebatadora que chega em uma explosiva interpretação em seu terceiro ato onde temos um homem ensandecido,o ator chegou a ser criticado pelas "caras e bocas" feitas por ele mas essas críticas não se sustentam já que temos um homem instável desde o começo e que chega a sua loucura em todos os sentidos da palavra.Shelley Duvall é outra que merece seu destaque,ela se vê assustada em meio a um ambiente Hostil e o sentimento de desespero que é muito bem interpretado,assim como a boa presença do pequeno Danny Lloyd como Danny Torrance.Apesar desta obra ser considerada atualmente um dos melhores filmes já feitos,na época do lançamento a crítica massacrou o filme que felizmente recebeu seus créditos com o passar dos anos.The Shining é a prova de que o tempo pode melhorar ainda mais um filme,temos aqui uma obra prima da sétima arte,um filme atmosférico,com brilhantes atuações e direção.Obra para ser vista e revista sempre.
4,0
Enviada em 17 de novembro de 2013
Logo no início de “O iluminado”, é possível perceber que a trilha sonora vai ser massivamente usada. Aliás, arrisco dizer que ela é a responsável por muitos dos sustos que o telespectador leva, até porque não são muitas as cenas assustadoras de fato. Os sons são usados para mostrar a gradativa – não tão gradativa assim – mudança de comportamento de Jack (Jack Nicholson) e a consequente mudança da estrutura de toda a família. Brilhante! Além disso, momentos de silêncio, closes no rosto de pessoas que Jack vê, mas que estão mortas, e a maravilhosa e apreensiva cena do pequeno Danny (Danny Lloyd) andando com seu velotrol, entre chão coberto ou não por tapetes, incrementam o suspense. Basicamente, o filme é um terror psicológico somado a um drama e, ainda, a muita ansiedade de quem assiste. Só deixa a desejar na atuação de Shelley Duvall (Wendy), nas cenas finais de Jack ( spoiler: a da perseguição dele a Danny e a de sua morte tosca
) e na mudança comportamental de Jack, que começou antes mesmo de sua chegada no hotel para se instalar.
3,0
Enviada em 21 de março de 2015
Deixou a desejar.O final foi muito esquisito e algumas coisas não foram bem explicadas no filme.
2,5
Enviada em 5 de agosto de 2017
Nasci em 94, não tenho visão adequada para avaliar este filme como deve ser avaliado, pois não conheço o cinema dos anos 80, sei que Kubrick é um gênio para muitas pessoas, mas no meu caso, tendo uma visão mais contemporânea, e comparando o filme com outros suspenses/terror que já vi, não achei um filme BOM, e sim razoável. Concordo que há cenas marcantes, a atuação do ator principal é fenomenal, jogos de cenas e trilha sonora de tirar o fôlego, mas a história em ci não me convence em nada. Talvez pessoas que tenham ampla visão do cinema naquela época, ou até mesmo alguém que tenha a mesma idade que eu, mas que curse algo relacionado ao cinema possa avaliá-lo melhor do que eu.
4,5
Enviada em 2 de março de 2012
o melhor filme sem duvida muito bom não se faz filmes que nem antigamente, recomendo!!!
3,5
Enviada em 28 de outubro de 2013
Pelo o que falaram, eu achava que ia ser muito melhor. Não gostei muito do filme. Pra mim, foi um filme meio que abstrato e deixa diversos pontos de interrogação ao longo da trama. E olha que sou fascinado por filmes de suspense, porém esse não encheu meus olhos, nein um pouco. Já não gosto do Jack Nicholson como ator, e nesse filme ainda acho bem fraquinho. Parece que ele já está louco no momento em que começa o filme. Essas caras e bocas que ele faz, estragam seus personagens. Se o filme é de comédia, ta lá o Jack Nicholson com seu sorriso e boca de sempre. Se o filme é de Ação, ta lá o Jack com seu sorriso e boca de sempre. Se é de suspense, ta lá o Jack com seu sorriso e boca de sempre. Po, o cara vive rindo em todos os filmes. Achei a Shelley Duvall, melhor que o Jack, mas ainda assim ela tb não foi muito boa ... Porém, o ator mirim, esse sim teve uma boa atuação. Filme bem meia boca e enaltecido demasiadamente em excesso. Merece uma Nota 6,5
3,0
Enviada em 30 de maio de 2013
Tenho uma opinião um pouco controversia. É evidente que o filme é um clássico (Stephen King é um talento, e Kubrick nem se fala), o ideia central do filme é de uma grande inteligencia mas uma história boa, uma trilha sonora ótima, uma atuação maravilhosa é a maquiagem do filme, é o que o torna tão bom, mas na minha opinião hoje em dia não temos tão bons filmes como antes então nós nos agarramos a um filme enigmático que passe uma imagem de indescritível e inteligente. Ele utiliza do pisicológico das pessoas, até onde ela pode chegar. Ele passa uma ideia que ainda não acabou, que nada foi explicado, isso torna tudo instável isso é bom por um lado mas por outro é para isso que assistimos um filme, para entender o que o escritor não quer que seja entendido?!
2,5
Enviada em 6 de maio de 2020
Fico com a opinião do autor do livro SK, na primeira cena já dá pra ver que Jack é doido e me veio realmente o seu papel no Estranho no ninho, toda hora me fazia parecer isso que ele tinha saido de um filme e entrado em outro, o filme é bem dirigido, bons atores mas pra mim chegou a ser chato e enfadonho, poderia ser melhor.
5,0
Enviada em 3 de setembro de 2022
O Iluminado (The Shining)

"O Iluminado" foi lançado em 1980, produzido e dirigido por Stanley Kubrick e co-escrito com a romancista americana Diane Johnson. O longa é baseado na obra de arte literária de Stephen King de 1977.
Jack Torrance (Jack Nicholson) é um aspirante a escritor e alcoólatra em recuperação, que se torna caseiro de inverno do isolado Hotel Overlook, nas Montanhas Rochosas do Colorado, na esperança de curar seu bloqueio de escritor. Ele se instala com a esposa Wendy (Shelley Duvall) e o filho Danny (Danny Lloyd), que é dotado de habilidades psíquicas e atormentando por premonições. Jack não consegue escrever e as visões de Danny se tornam mais perturbadoras. O escritor descobre os segredos sombrios do hotel e começa a se transformar em um maníaco homicida, aterrorizando sua família.

Acabo de ler uma das maiores obras literárias da história, a obra-prima de Stephen King - 'O Iluminado'. Nunca tinha lido nada com essa proporção, com uma história tão avassaladora e tão perturbadora. 'O Iluminado' é simplesmente uma viagem ao subconsciente, uma viagem para uma outra dimensão, você sai fora de órbita ao ler cada capítulo da história criada pelo mestre King. Verdadeiramente uma obra-prima da literatura, e uma das melhores obras de arte de Stephen King.

O início dos anos 80 no cinema foi marcado pela obra que trouxe três monstros, três lendas, três personalidades completamente geniais e influentes em suas respectivas áreas - Stephen King, Jack Nicholson e Stanley Kubrick. King é simplesmente o gênio da literatura, o autor de mais de 50 livros best-sellers no mundo, o Grão-Mestre dos escritores de mistério dos EUA. Nicholson é verdadeiramente um ícone da sétima arte e um dos maiores atores de todos os tempos. O mestre Kubrick facilmente é um dos maiores cineastas que já passou por esta terra.

Certamente "O Iluminado" é um dos maiores suspense/terror de todos os tempos. Um thriller misterioso, emblemático, contundente, soturno, intrigante, niilista, que nos conquista pelo seu charme trashístico oitentista e nos imergi em um horror sobrenatural e maquiavélico. Kubrick emprega um um terror psicológico que carrega algumas teorias, algumas alegorias, algumas metáforas sobre o problema psicológico de Jack, que tendo que lidar com o alcoolismo e o isolamento, não consegue se aproximar da família e tampouco realizar o sonho de ser escritor, sendo assim, sucumbe a um estado mental e espiritual atormentado, chegando à uma completa loucura. Kubrick traz uma verdadeira aula de psicanálise, um estudo da mente humana, uma análise do surto psicótico, nos exemplificando sobre a confusão mental, a perda da sanidade, a perda do equilíbrio emocional, delírios, alucinações, catatonia, alteração de humor, perda da noção de tempo. Realmente o Jack não conseguia escapar do labirinto psicológico que se tornou a sua mente perturbada.

Temos aqui uma releitura aprofundada sobre a 'febre de cabine' (Cabin Fever). Jack estava completamente mergulhado em um estado de irritabilidade, tédio, inquietação, perturbação, confusão, por passar muito tempo isolado (confinado) dentro do hotel. Jack estava sofrendo uma reação claustrofóbica, caracterizada por anormalidades comportamentais, exatamente como aconteceu com o zelador da outra família no verão passado.

Acredito que Kubrick quis dar uma cutucada no Stephen King ao abordar uma cena em que Jack aparece no bar do hotel bebendo na presença de um fantasma (ou algo sobrenatural do seu subconsciente), pois os primeiros anos da carreira de King foram turbulentos, marcados por vício em álcool, cocaína e tragédias. Podemos considerar que toda a premissa é uma alegoria ao momento que King passava: o autor temia o descontrole quando estivesse bêbado ou drogado, acreditando que podia acabar machucando sua esposa ou filho (exatamente como foi abordado com os personagens no filme e no livro). Definitivamente 'O Iluminado' é uma história muito pessoal para Stephen King.

Dentro desse contexto temos o eterno descontentamento de Stephen King em relação à adaptação feita por Kubrick. King não gostou da obra do Kubrick, foi contra a escalação de Jack Nicholson, e nunca escondeu o seu desgosto com o filme. King afirmou que o cineasta modificou a história para criar uma aura de suspense muito eficiente, mas que o desagradou profundamente. Dentre os maiores incômodos estão a figura de Jack Torrance que, segundo o autor, é visivelmente insano desde o início, e a mudança na conclusão da trama. King descreve a versão de Kubrick como um “carro de luxo sem motor”, com muita estética e pouco conteúdo. Na visão de King, "O Iluminado" sofre com a ausência do dinamismo e humanidade presentes no livro, sendo que o filme é, em comparação, bastante cínico e niilista, pois o longa de Kubrick não tem compaixão por seus personagens, o que é comprovado pelo final diferente de Jack.
A resposta de King veio em 1997, quando fez questão de assinar o roteiro da minissérie para a TV baseada no livro. Em 2013, o autor lançou 'Doutor Sono', que continua a história de Danny Torrance e também possui uma adaptação cinematográfica lançada em 2019.

Eu entendo perfeitamente o descontentamento do Stephen King em relação ao longa do Kubrick. Realmente a figura do Jack no livro inicialmente não passa essa visão de perturbado e insano, ele vai desenvolvendo e adquirindo com o passar do tempo e do isolamento no hotel. Sobre a conclusão da trama: realmente é a parte que é totalmente modificada em relação ao livro, pois aqui Kubrick imprimiu a sua visão, a sua forma de pensar um novo final para a história. Na minha opinião: o filme inteiro é baseado/inspirado na obra do King, ok, mas não é 100% fiel ao livro, e nem poderia, pois facilmente identificamos uma liberdade criativa e poética por parte do Kubrick. Pra mim, "O Iluminado" tem muitas coisas que se adéquam ao livro mas também tem muitas coisas que diferem do livro (este é o ponto alto da discursão), a maior delas é sem dúvida o final. Portanto, "O Iluminado" é uma obra-prima pela visão do Kubrick, impondo a sua liberdade criativa e a sua peculiaridade em relação à obra de Stephen King. No final o que temos são duas belíssimas obras-primas - uma pela versão imposta pelo Kubrick, e a outra pela genialidade criada por King. São mídias diferentemente grandiosas e expressivas, que marcou uma época e uma geração, e que são lembradas, cultuadas e respeitadas até hoje.

Aqui eu trago um comparativo em relação à obra do Kubrick e à obra do King.

spoiler: No livro o Dick Hallorann não morre, ele é apenas atacado por Jack quando chega no hotel mas consegue sobreviver, tanto que o final do livro é uma cena emblemática com Hallorann, Wendy e Danny sentados na ponta do ancoradouro sob o sol da tarde (uma espécie de uma nova família para Danny, talvez até com um padrasto também Iluminado). No livro Jack não usa um machado e sim o taco que no filme a Wendy o ataca (Kubrick quis dar um ar mais possuído e demoníaco com o uso de um machado). No livro Jack quase mata a Wendy de pancadas com o taco, enquanto na luta ela consegue cravar a faca em suas costelas e fugir. No filme o Jack nunca encostou na Wendy. No final do livro o Jack morre na explosão do hotel causado pela caldeira, e não congelado como no filme. Acredito que se deva a isso às principais revoltas de King em relação ao longa de Kubrick. Eu adoro a versão do final do Kubrick, acho que encaixou perfeitamente com toda a proposta que ele criou com seu filme desde o início, que era justamente um thriller mais assustador, mais perturbador e, consequentemente, com mais suspense. Mas vou confessar que ainda prefiro o final do livro, por ser mais abrangente, mais detalhado e mais imersivo com o leitor (principalmente em relação à morte do Jack, que é muito melhor que no filme).

O elenco de "O Iluminado" é monstruosamente perfeito!
Temos um Jack Nicholson completamente no auge da sua carreira e aqui ele entrega um dos seus maiores personagens, uma de suas maiores atuações na vida. O psicopata mais louco e mais demente da história do cinema. Conforme o filme vai decorrendo, a personalidade de Jack cada vez mais vai sendo levada ao limite, vai ficando cada vez mais errática e descontrolada, a sua insanidade e seu alter ego culmina no pai de família tentando matar sua própria esposa e filho. Uma atuação impecável, ímpar, perfeita de Jack Nicholson, mas que exigiu um preparo não muito tradicional. Para entrar no clima certo de frustração e raiva que o personagem pedia, Nicholson se alimentou apenas de sanduíches de queijo por duas semanas, algo que ele sempre odiou desde criança.

Shelley Duvall (a Wendy, que no livro era loira e no filme é morena) está perfeita, magnânima, com uma interpretação muito segura, muito arrojada, muito convincente, muito gostosa, que nos confrontava com uma atuação poética, teatral, singela, primorosa, que me encantou em 100% das suas cenas. Shelley Duvall sofreu muito nas gravações do longa, onde incluíram ataques de fúria de Kubrick e inúmeros takes da mesma cena com ela até que se aplacasse o desejo pela perfeição do diretor (Kubrick chegou a rodar uma mesma cena com a atriz 127 vezes). Como resultado dos constantes maus tratos do diretor, a atriz teve várias crises nervosas, que resultaram em exaustão física e mental, doenças e até em perda de cabelo. A atriz disse que ficou muito feliz com o seu resultado final na obra de Kubrick, mas que jamais voltaria a fazer algo parecido. Realmente Stanley Kubrick era um aficionado pela perfeição em suas obras.
Absurdamente incrível a atuação do pequenino Danny Lloyd! O Danny do filme alterava o seu comportamento entre o Danny e o Tony em milésimos de segundos. Quando ele falava sendo a personalidade do Tony ele sequer mexia a boca para sair as palavras - completamente incrível para um garoto com apenas 5 anos. Temos aquela cena emblemática que ele imita uma voz diabólica (no maior estilo O Exorcista) ao proferir constantemente a palavra "REDRUM" - que é a mensagem subliminar mais marcante no filme (e no livro), principalmente quando ele escreve na porta do quarto, que seria "Murder" (assassinato) ao contrário. Kubrick foi extremamente cauteloso sempre que o ator mirim Danny Lloyd entrava em cena. Por ser muito novo, o diretor queria poupar a criança de testemunhar as cenas mais assustadoras sendo feitas, tanto que o pequeno sequer sabia que estava num filme de terror. Danny Lloyd só foi descobrir sobre o que "O Iluminado" se tratava muitos anos depois, e só viu a versão sem cortes do filme aos 17 anos.
Scatman Crothers como o icônico Dick Hallorann está bem, consegue se destacar bem em suas cenas, apesar de ser pouco aproveitado e ter pouco tempo de tela, principalmente pelo seu final, que eu diria ser um tanto quanto curioso e questionável.

A direção do mestre Kubrick é genial, pois realmente ele era um perfeccionista em cena, e sempre nos entregava takes completamente perfeitos e engenhosos. A trilha sonora é completamente estridente, inquietante, perturbadora, tenebrosa, literalmente nos incomodava sempre que ela entrava em um tom mais médio e ia se elevando com os acontecimentos que estavam por vir - a trilha sonora é o coração da obra! A fotografia é outra obra de arte poética, pois era impossível não se impressionar com uma fotografia que contrastava entre às maravilhas luxuosas do Overlook com um ambiente sombrio, soturno e macabro. A direção de arte é impecável, com cenários belíssimos e totalmente inserido dentro dos padrões da época. Por falar em padrões da época, temos figurinos perfeitos e harmoniosos.

Kubrick entregou uma obra completamente influente: pois tenho certeza que o Danny foi uma base de inspiração para vários outros filmes que contava com uma criança que tinha contatos com o sobrenatural, pra citar um - "O Sexto Sentido". A cena em que Danny anda em seu triciclo pelos corredores do hotel claramente me remeteu ao desenho clássico - "O Fantástico Mundo de Bobby" - de 1990.

King se inspirou em sua própria experiência no Stanley Hotel para criar o Overlook. Em 1974, King e sua esposa se hospedaram no local, que fica no meio das Montanhas Rochosas (assim como o Overlook). O Stanley Hotel - localizado em uma propriedade de 1909, na cidade de Estes Park, no Colorado, EUA - conta com 140 quartos, e hoje é ponto turístico para fãs de "O Iluminado", que viajam de lugares do mundo inteiro para ter uma experiência 'real' do filme e do livro (um dia ainda viajarei para lá).

No livro 'O Iluminado' o apartamento onde aconteceu o contato com a mulher na banheira era o de número 217. Atendendo a um pedido do dono do hotel onde "O Iluminado" foi filmado, que temia que as pessoas não alugassem o quarto 217 por causa do filme, o número do apartamento foi alterado para 237, inexistente no hotel em que o filme fora rodado.

Ainda temos aquela cena emblemática e completamente icônica, quando Jack quebra a porta do banheiro com o machado para pegar a Wendy e profere a frase - "Heeeere's Johnny!"
Esta fala foi um total improviso de Jack Nicholson, e trata-se da chamada do programa de auditório 'The Tonight Show Starring Johnny Carson', cuja a famosa fala era de Ed McMahon, que fez muito sucesso em solo americano nos anos 60. Por ser inglês e nunca ter visto o programa, Kubrick por pouco não usou a cena, mas Nicholson o convenceu a deixá-la na versão final. Um slogan macabro que funcionou muito bem.

E como um filme da estrutura, da magnitude e da proporção de "O Iluminado" pode ter sido completamente esnobado pela academia na época? Esta é uma pergunta que nunca existirá respostas, pois se Kubrick não venceu o Oscar por "Dr. Fantástico", "2001: Uma Odisseia no Espaço" e "Laranja Mecânica", não seria por um filme de horror que ele levaria a estatueta, pois a academia sempre teve um total desprezo e preconceito com esta categoria - revoltante!

Sem dúvidas "O Iluminado" é um dois maiores e melhores filmes do gênero de todos os tempos. Certamente é uma das obras mais importante, mais influente e mais respeitada da filmografia do Kubrick. Pra mim entra no top 3 do diretor.
"O Iluminado" é a obra-prima do terror, o épico do suspense e a obra de arte do horror. Ler o livro e assistir ao filme foi uma das melhores coisas que eu já fiz em toda a minha vida.

Dedico essa parte final para a minha amiga de Filmow - Karolinne - que foi a grande responsável em me influenciar a ler o livro. Certamente se não fosse pelo seu belo comentário, eu não teria despertado a vontade de conferir esta obra-prima do Stephen King. Obrigado Karol! Obrigado Stanley Kubrick! Obrigado Stephen King! [01/09/2022]
⭐⭐⭐⭐⭐
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