Bom filme! Shrek Terceiro, referente ao títulos de nobreza, mostra Shrek e Fiona de volta ao castelo de Tão, Tão Distante para substituir os pais dela em algumas tarefas burocráticas já que o rei Harold está muito doente. Durante esse tempo de substituição, o ogro percebe que não tem o menor jeito para comandar um reino. Logo depois, morre o rei e Shrek teria que assumir por ser próximo na sucessão. Ele descobre então que um príncipe distante de Fiona poderia assumir o trono e vai à sua procura. Paralelamente o príncipe e também ator frustrado Encantado, do filme anterior, é apresentado novamente como o vilão do filme, e acaba convencendo outros vilões dos contos de fadas, entre eles a Rainha Má da Branca de Neve e o Capitão Gancho, a invadir o castelo do reino na ausência de Shrek para dar um "golpe de Estado". Ainda paralelamente, Shrek fica sabendo que vai ser pai e fica reticente com a novidade.
O filme aborda aqui sobretudo o amadurecimento, sobre crescer e assumir as responsabilidades quando elas surgem em nossas vidas, mesmo que não estejamos preparados, ou que achemos isso. Shrek tem a paternidade à caminho, enquanto Artie tem que deixar de ser ridicularizado em sua escola para príncipes e por todos para assumir sem medo o reino de Tão, Tão Distante, provando seu valor. A maior lição aqui é saber que não devemos nos importar para que os outros digam, basta acreditar em você mesmo e buscar a coragem necessária para cada situação da vida.
Este filme é ainda melhor tecnicamente, nota-se facilmente a evolução nos gráficos dos personagens e cenários. Andrew Adamson deixou o posto de diretor a partir deste filme, mas permanece como produtor-executivo. Chris Miller tem uma boa direção, mas a grande questão desta terceira parte é o roteiro que deve ser analisado de duas formas. Primeiramente temos que elogiá-lo por manter as referências, citando ainda mais os personagens de histórias infantis e dos irmãos Grimm. São inúmeros os personagens e as referências aos contos de fadas. Porém algumas citações são antigas e só serão percebidas para o público mais adulto e não pelas crianças. Algumas cenas são hilárias como: (a cena em que Artie invade o castelo e vê reunidos na mesa Biscoito, Pinóquio e os Três Porquinhos, as cenas do Burro brincando com seus filhotes, a cena do chá de bebê com Fiona e as outras princesas Bela Adormecida, Rapunzel e Branca de Neve, a luta das princesas no final do filme e a troca de corpos entre o Gato de Botas e o Burro).
Porém o roteiro pecou em não adicionar novos personagens importantes, apenas secundários que pouco brilham, e ainda deu destaque menor para o Gato de Botas e especialmente para o Burro, que aparecem menos mas ainda assim conseguiram roubar as cenas em que apareceram. Outro grande problema é que o humor está presente, mas em uma escala bem menor que os anteriores. É jstamente essa queda brusca de humor dos anteriores para esse que incomoda os fãs da série. O filme apresenta muitos altos e baixos Em sua primeira hora o ritmo é muito parado e só engrena mesmo com a volta de Shrek ao reino para enfrentar Encantado e os outros vilões aliados a ele. Shrek neste filme não é o anti-herói de outrora e assume um papel típico de herói mais moralista e mais correto.
Assim como algumas citações são para um público mais adulto, o mesmo ocorre com a tão elogiada trilha sonora da série, aqui vemos desde Led Zeppelin, Heart, Paul McCartney, até Ramones. Sinal que a preocupação do estúdio em atingir todos os públicos é realidade, não apenas o público mais infantil. Não é ruim como alguns dizem, porém ficou abaixo dos anteriores sem sombra de dúvidas. Pesou o fato de não apresentar muitas novidades significativas em relação aos anteriores e é o roteiro menos desenvolvido e sem grandes / inesquecíveis cenas. Mas de qualquer maneira deve ser visto!