"Meu Cunhado é um Vampiro" tem uma premissa inovadora - imagine teu cunhado, a pessoa que não é exatamente a melhor maneira de pensar a família de sua parceira, voltar do nada, numa situação ruim e parecer atrair toda a tenção da casa para si. Seria muito injusto pensar que ele não estivesse escondendo alguma coisa ou só você que está sendo o chato de sempre? Leandro Hassum faz o possível pra encarnar - apesar do roteiro abusar do seu talento pra gags, sustentando cenas inteiras em trejeitos e bocas e palavras cortadas na pressa - o papel do cara que no fim das contas tem que aprender que nem tudo na vida gira em torno dele, e nas cenas mais dramáticas até dá certo, mas esse mesmo roteiro não deixa ele avançar muito no terreno da empatia por um bom pedaço do filme - que é, infelizmente, toda jogada no lombo de Rômulo Arantes Neto, apesar dos efeitos especiais. O elenco de apoio funciona bem - Monique Alfradique, mesmo participando pouco, dá um brilho à esposa de Hassum que, por exemplo, Renata Bras não consegue imprimir na ex-esposa, mesmo ela virando tecnicamente o pior pesadelo de Fernandinho - mas isso a gente deve mais creditar à direção, que abusou de planos congelados pra mostrar efeitos especiais em vez de desenvolver uma cena legal de ação, naquele didatismo brasileiro que a gente conhece bastante. Isso também prejudica Caio Mendonça, muito preso ao papel enciclopédico de ator infantil, mas que anda muito bem o filme todo, mostrando o grande ator que vai ser. Infelizmente, isso só melhora um pouco lá pelo clímax, com uma bela resolução de conflito que pra mim ajeita todo o filme, mostrando que a reavaliação de valores não tem a ver com defender aspectos.
No mais, bom pra matar a tarde. E pra fazer piadinha com o cunhado malandro que levanta depois do almoço, mas ele vai ter todo o direito de te morder.