Média
3,0
270 notas
Você assistiu Anora ?
5,0
Enviada em 4 de março de 2025
Todos os ingredientes para um grande filme. Madson como centro gravitacional deste filme que mistura drama e comédia em uma montanha russa de alterações ao longo da trama. Lembra filmes russos e vale por cada minuto. Não perca!
4,5
Enviada em 3 de março de 2025
Anora é bonito, bem feito e o sonho da Cinderela moderna. Quase uma releitura de clássicos. Mas no fundo é triste e bem deprimente, onde nada muda e a felicidade não passa de ilusão. Um roteiro realista e bem executado, com ótimas cenas e muita atividade. Não levaria o Oscar, ao meu ver, mas é um ótimo filme.
4,5
Enviada em 4 de janeiro de 2025
Sean Baker tem essa coisa de explorar os marginalizados sexuais. Prostitutas, travestis e atores pornôs são figuras carimbadas em seus roteiros. Mas sempre com aquele toque humanizado que só ele sabe dar.

Anora não é diferente. Essa personagem sensacional - muito se deve a incrível atuação - nos faz vibrar torcendo por ela e também nos identificamos com ela estando do "lado mais fraco da corda que arrebenta". Por ser um filme sobre jogo de poder, vemos o quanto estamos muito mais acuados e próximos da prostituta sem perspectiva de vida do que dos grandes magnatas mundiais. Até mesmo seus funcionários estão mais próximos da prostituta do que os próprios patrões. Para eles, somos, de fato, apenas peões pra se divertir e ser sacrificado quando convir.

O que mais gostei no filme é como ele explora essa ideia de um jeito muito leve, que você mal vê o tempo passar. Se puder dar spoilers de emoções, posso dizer que você vai rir, sentir muita raiva, muita agonia e por fim vai chorar. A edição e a fotografia também são pontos de destaque que contribuem imensamente para cravar Anora como mais um sucesso desse diretor que tem sido um dos meus favoritos da nova safra.
4,5
Enviada em 21 de dezembro de 2024
Performance marcante e direção inovadora que traz frescor ao gênero.
"Anora" (2024), de Sean Baker, é um dos filmes mais aclamados de 2024, vencedor da Palma de Ouro em Cannes. A trama segue Ani (Mikey Madison), uma stripper de NY que se casa com o jovem magnata russo Vanya (Mark Eydelshteyn) por interesse, mas logo se vê envolvida em um drama emocional profundo. A direção de Baker brilha, assim como as performances do elenco, especialmente Madison, que entrega uma atuação multifacetada. Comparado a clássicos como "Uma Linda Mulher" e "Noites de Cabíria", Anora mistura humor e tragédia de forma única.
4,5
Enviada em 27 de dezembro de 2024
Anora é um filme que sai um pouco do padrão que temos no cinema recente. Não é o melhor filme do ano na minha opinião, mas é uma obra que acerta em quase tudo, atuações, roteiros, equilíbrio entre humor e drama.
No decorrer do filme, minha percepção sobre o rumo da história foi mudando. Eu achava que seria algo mais dramático e mais "gangster", mas se tornou um drama romântico com muitos bons alívios cômicos.
Gosto de filmes que ao acabar, me deixem pensando(e até pesquisando), no que aconteceu, porque os personagens agiram daquela forma. E acho que essa interpretação ampla fez o final ser ótimo para mim.
5,0
Enviada em 26 de janeiro de 2025
Tensão e andrelina pura. Anora é muito divertir e bem engraçados em alguns momentos e que conta com um ritmo frenetico do começo ao fim
4,0
Enviada em 25 de janeiro de 2025
Após um hiato de três anos, Sean Baker retorna com Anora, uma obra que reafirma sua habilidade em explorar personagens marginalizados com profundidade e autenticidade. Conhecido por filmes como The Florida Project e Tangerine, Baker utiliza sua assinatura narrativa para capturar as nuances da humanidade, desafiando estereótipos e desconstruindo ideias preconcebidas. Desta vez, ele tem em mãos seu projeto mais ambicioso até então, com uma distribuição internacional robusta e um desempenho impecável de Mikey Madison, que entrega a atuação de sua carreira.

Baker divide Anora em duas metades distintas, mas complementares, cada uma sustentando pilares narrativos que envolvem e surpreendem o espectador. Na primeira metade, o diretor nos apresenta à protagonista Anora, uma dançarina exótica cuja vida gira em torno das complexidades do trabalho sexual e da busca incessante pelo "sonho americano". Aqui, Baker mergulha na vivência de Anora com um olhar afetuoso, mas realista, equilibrando momentos de curtição desenfreada — regados a sexo, bebidas e festas — com uma sutil construção do dilema emocional que ela enfrenta. Essa parte inicial do filme é essencialmente uma ilusão, uma celebração fugaz antes que a narrativa exponha as consequências desse estilo de vida.

A introdução de Ivan, um parceiro aparentemente encantador que oferece a Anora uma chance de viver esse sonho de forma despreocupada, adiciona camadas de ambiguidade à trama. A relação entre eles flutua entre o interesse financeiro e a possibilidade de um vínculo mais profundo, mantendo o público em constante expectativa. Baker também planta indícios sutis do que está por vir, preparando o terreno para uma transição dramática que marca a segunda metade do filme.

Quando a virada ocorre, Anora transforma-se em uma montanha-russa emocional. O ritmo frenético ainda permanece, mas agora com uma narrativa mais introspectiva e dramática, expondo os impactos das escolhas feitas pelos personagens. Baker, no entanto, não se limita ao drama; ele mescla cenas carregadas de peso emocional com momentos de humor e leveza, criando uma experiência cinematográfica equilibrada. A habilidade do diretor em explorar temas sensíveis de forma acessível é um de seus maiores trunfos, e isso é amplificado pela fotografia naturalista de Drew Daniels, que captura os Estados Unidos com um realismo envolvente.

O coração de Anora é, sem dúvida, Mikey Madison. Conhecida por seu papel em Era Uma Vez em Hollywood, Madison entrega uma performance que transita entre a comédia e o drama com notável maestria. Sean Baker, ciente do talento da atriz, constrói o filme em torno de sua personagem, permitindo que Madison brilhe em cada cena. Sua atuação é ao mesmo tempo visceral e sutil, transmitindo emoções complexas sem exageros. Embora os coadjuvantes tenham seus momentos de destaque, é Madison quem carrega o filme, oferecendo uma atuação multifacetada que exige tanto carisma quanto vulnerabilidade.

Outro ponto alto de Anora é a habilidade de Baker em transformar temas potencialmente pesados em algo palatável, sem diluir sua importância. Questões como trabalho sexual, desigualdade social e a busca por validação permeiam o filme, mas são abordadas com delicadeza, permitindo que o público reflita sem se sentir sobrecarregado. Essa abordagem evita o didatismo e reforça a autenticidade da narrativa.

Em resumo, Anora é um filme que cativa, diverte e provoca reflexões profundas. Sean Baker demonstra mais uma vez seu talento para capturar a essência da humanidade em seus aspectos mais contraditórios, entregando uma obra que é tão equilibrada quanto envolvente. Com uma direção segura, uma protagonista arrebatadora e uma narrativa que transita com fluidez entre leveza e impacto, Anora é um triunfo que reafirma Baker como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo.
3,5
Enviada em 28 de janeiro de 2025
Anora é o Parasita da vez, pois ambos os filmes, apesar das diferenças, contam a mesma história. É aquela coisa: a riqueza está tão visível e é esfregada de forma ostensiva na cara das pessoas, que elas querem, tanto os pobretões quanto a classe média que se acha elite mas não é, desfrutá-la também, seja como for. Uma vez desfrutados os benesses dessa riqueza pela plebe, mesmo que brevemente, é impossível para ela voltar à sua medíocre vida cotidiana, mesmo que fique visível nos parcos momentos em que a classe alta interage com as classes "inferiores", o nojo, sei que a palavra é forte, mas ela cabe aqui, que os de cima sentem pelos de baixo…Em Parasita, a perda dos benesses das mordomias pela plebe se transformou em psicopatia e sobrou tiro pra todo lado. Já em Anora, essa mesma perda se transformou em resignação desesperada de que a vidinha suburbana é o máximo que a ingênua protagonista sempre terá.
4,0
Enviada em 24 de janeiro de 2025
Sinopse:
Anora é uma prostituta do Brooklyn que casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento.

Crítica
"Anora", dirigido por Sean Baker, é uma obra marcante que combina comédia e drama de forma habilidosa. O filme apresenta Ani, uma jovem stripper uzbeque-americana, em uma narrativa que explora temas de identidade, amor e a luta pela liberdade em um ambiente urbano complexo. Baker, conhecido por seu olhar sensível e sua habilidade em capturar a essência da marginalidade, mais uma vez nos brinda com uma trama envolvente que revela profundidade emocional e nuances culturais.

A performance de Mikey Madison como Ani é impressionante. Ela consegue transmitir vulnerabilidade e força em igual medida, fazendo com que o público se conecte profundamente com sua jornada. A relação com Ivan, interpretado com carisma, acrescenta uma camada de romantismo ao enredo, brindando ao espectador momentos de ternura, mas também de tensão, à medida que os desafios se acumulam.

O filme é visualmente deslumbrante, com Baker utilizando a vibrante atmosfera de Brighton Beach para intensificar a narrativa. As cenas são compostas de maneira a capturar tanto a beleza quanto a dureza da vida na cidade, refletindo o dualismo que permeia a história de Ani. A cinematografia, cheia de cores vivas e detalhes sutis, ajuda a construir uma ambientação que se torna um personagem à parte.

Baker aborda com habilidade os dilemas morais das escolhas de Ani, fazendo com que o público reflita sobre o que significa amar e sacrificar-se por aqueles que amamos. "Anora" não é apenas uma história de amor; é uma potente exploração das aspirações e desafios de uma mulher em busca de liberdade em um mundo que muitas vezes não é gentil.

Em suma, "Anora" é uma adição significativa à filmografia de Sean Baker, que reafirma sua capacidade de contar histórias com empatia e uma perspectiva única. É um filme que ressoa e provoca, deixando uma impressão duradoura.
3,5
Enviada em 16 de fevereiro de 2025
Sean Baker, conhecido por sua abordagem realista e observacional, entrega em Anora uma narrativa que transita entre o drama e a comédia, abordando a relação entre classe, imigração e poder com um olhar crítico. A história acompanha Ani, uma stripper uzbeque-americana que se envolve com Vanya, filho de um oligarca russo, desencadeando um drama que expõe as dinâmicas de poder dentro de uma relação aparentemente improvável. O filme foi altamente aclamado, levando a Palma de Ouro em Cannes e garantindo várias indicações ao Oscar, BAFTA e Globo de Ouro. Mas essa aclamação é justificada?

A narrativa de Anora é estruturada como uma fábula moderna, onde um amor aparentemente improvável surge entre duas figuras de realidades opostas. O desenrolar do casamento impulsivo e a subsequente luta entre Ani e a família Zakharov exploram a luta de classes e a ilusão do "sonho americano". Embora Baker seja brilhante ao apresentar personagens marginais sem reduzi-los a estereótipos, a segunda metade do filme perde um pouco da força ao transformar a história em uma sucessão de confrontos previsíveis. O desfecho, por mais impactante que seja, sugere uma resignação que enfraquece a potência da jornada de Ani.

Mikey Madison entrega uma performance digna de prêmios, conferindo a Ani um equilíbrio entre vulnerabilidade e astúcia. Ela captura a ambiguidade da personagem, que oscila entre se aproveitar da situação e ser tragada por um jogo maior do que ela. Mark Eydelshteyn, como Vanya, é eficaz ao retratar um jovem mimado e ingênuo, mas sua atuação carece de camadas mais profundas, tornando a dinâmica entre o casal um pouco desequilibrada. O elenco coadjuvante, especialmente Yura Borisov como Toros, adiciona gravidade e ameaça à trama, elevando os momentos de tensão.

O roteiro de Baker é marcado por um realismo cru e uma naturalidade que dá autenticidade aos personagens. No entanto, a repetição de certas interações, especialmente entre Ani e os antagonistas, pode cansar. O filme brilha quando explora a relação entre Ani e os diversos homens que tentam controlá-la, mas enfraquece ao simplificar o arco de Vanya. A falta de um desenvolvimento mais profundo do protagonista masculino faz com que sua decisão final pareça previsível e, em certo ponto, artificial.

A cinematografia, como é característico de Baker, aposta no realismo e na captura da energia vibrante de Nova York e Las Vegas. A direção de fotografia enfatiza a claustrofobia dos espaços e a iluminação natural reforça o tom documental do filme. A escolha de enquadramentos fechados intensifica a imersão no mundo de Ani, destacando sua luta constante contra as forças que tentam dominá-la.

A trilha sonora é eficaz, mas não memorável. As escolhas musicais complementam a atmosfera do filme sem se sobrepor à história. O uso de silêncio em momentos-chave funciona bem, amplificando a carga emocional de determinadas cenas.

O desfecho de Anora é um dos aspectos mais discutíveis. A escolha de Ani de aceitar a anulação e sua cena final com Igor carregam um simbolismo forte, mas também deixam um gosto amargo. Embora a intenção de Baker seja mostrar a dura realidade de mulheres como Ani, o roteiro poderia ter dado a ela uma resolução menos conformista. No fim, a mensagem do filme pode ser interpretada tanto como um retrato brutal da desigualdade quanto como uma aceitação resignada de um destino predeterminado.

Anora é uma obra relevante e impactante, reafirmando o talento de Sean Baker em contar histórias sobre personagens marginalizados. A atuação de Mikey Madison é o ponto alto do filme, e a direção de Baker continua afiada. No entanto, a previsibilidade de algumas escolhas narrativas e a falta de profundidade no arco de Vanya impedem que o filme atinja um patamar ainda maior.

Ainda assim, Anora se destaca como uma das produções mais autêuticas e instigantes do cinema recente, garantindo seu lugar entre os filmes mais memoráveis de 2024.
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