Não Solte é um thriller de terror pós-apocalíptico que mistura elementos sobrenaturais com uma exploração de fanatismo e obsessão maternal. Protagonizado por Halle Berry, o filme segue uma narrativa que remete ao estilo de M. Night Shyamalan e de Jordan Peele, especialmente em sua abordagem do medo e da tensão psicológica. A história gira em torno de Momma (Halle Berry), uma mãe que, em um mundo devastado, vive isolada com seus filhos, Sam e Nolan, em uma floresta onde eles são proibidos de se afastar. Ela impõe regras rigorosas, mantendo-os amarrados a uma corda e alegando que monstros rondam o local.
Enquanto a trama se desenrola, Sam começa a questionar a verdade das histórias de sua mãe, gerando um conflito com ela e com seu irmão mais novo, Nolan, que ainda confia cegamente na mãe. O filme explora temas como o controle obsessivo de uma mãe sobre seus filhos e o impacto de ideologias fanáticas, enquanto também lança uma crítica sutil sobre a educação e os valores impostos pela sociedade.
Embora o conceito tenha um grande potencial, o filme falha em entregar o terror de maneira eficaz. As manifestações dos espíritos na floresta são previsíveis e genéricas, não conseguindo criar a atmosfera de suspense que o gênero exige. O desempenho de Halle Berry, embora eficiente, não é suficiente para aprofundar a complexidade da personagem de Momma, que parece estagnada entre uma figura de proteção e uma mulher perturbada. Por outro lado, o personagem de Sam é o mais bem desenvolvido, refletindo as angústias e os dilemas típicos da adolescência, especialmente quando se vê em confronto com as normas rígidas e as crenças impostas.
Em suma, Não Solte tenta misturar o terror psicológico com questões sociais profundas, mas acaba sendo uma obra aquém das expectativas. O potencial para uma narrativa impactante está presente, mas a execução falha em criar a tensão e a complexidade necessárias para capturar a atenção do público, tornando a experiência menos imersiva do que poderia ser.