Sensível sem ser piegas, NINGUÉM SABE...é uma grata surpresa! Poucas vezes vi o cinema tratar com tanto respeito e dignidade um pária da sociedade. A amargura que o filme transmite é tão densa que torna-se palpável. Introspectivo e reflexivo como seu personagem principal, periga o público o tachar de lento e chato. Aqui não há espaço para finais redentores e apoteóticos e a redenção, quando ocorre, dura no máximo os mesmos 3 ou 4 minutos de uma música de sucesso! Mas, apesar de aparentemente não ter acontecido quase "nada", algo mudou durante a jornada do filme e ao seu término as coisas estão diferentes. Talvez o futuro não seja tão solitário, melancólico, triste e banal e pode ocorrer daquele personagem encontrar um novo destino que tenha pelo menos um pouco de amor e felicidade, como o final poético de NINGUÉM SABE...deixa em aberto e parece torcer.
Memo (Garcia), um homem simples, calado por traumas de uma infância conturbada e abusiva. Morando com seu tio Braulio (Luis Gnecco) numa pequena fazenda onde criam ovelhas localizada num vilarejo chileno, Memo esconde do mundo exterior a voz que um dia o levou a sonhar com uma vida diferente e que prestes a ser ouvida por alguém pode trazer à tona feridas do passado bem como o remédio para cicatrizá-las
acho que assisti mais causa do personagem principal que gostava muito dele na série Lost, nesse filme o papel dele é bem forte, achei interessante
Eu adorei! Os tempos, os gestos, a arte e a delicadeza da interpretação do Jorge Garcia. Tão singelo! O filme acaba e nos deixa com uma pergunta: "Tá, mas o que aconteceu?" Todos queremos que ele Memo dê bem, mas fica em aberto. E é isso, é arte, não precisa ser explicativa. Achei o filme de uma sensibilidade ímpar, que toca dias depois de terminar de assistir. Não entendo as pontuações baixas no Netflix e nem o excesso de críticas...
O título Ninguém Sabe que Estou Aqui, do filme dirigido e co-escrito por Gaspar Antillo, se refere ao grande sucesso da carreira de um cantor mirim, mas também nos fala muito a respeito de Memo (Jorge Garcia, o Hurley da série Lost), a personagem principal do longa.
Pouco saberemos sobre ele, aliás. A não ser o fato de que ele fala pouco e vive com um tio numa fazenda totalmente isolada do mundo, em que as pessoas só chegam até eles de barco, pra poder trazer os insumos que eles precisam para sobreviver.
Mas você deve estar se perguntando o que o cantor mirim tem a ver com essa história? Acontece que Memo, quando criança, era um cantor de uma voz única, mas ele não tinha um visual que fosse considerado atraente para a indústria. Então, a sua voz foi usada para dar cara a um outro cantor mirim, que alcançou uma grande fama no lugar de Memo.
Ninguém Sabe que Estou Aqui é uma história de reconciliação de Memo consigo mesmo, com os seus sonhos, anseios e com a vida que foi roubada dele. Chama a atenção no filme o fato de que as personagens ao seu redor falam sempre sobre si mesmas, sobre os riscos que passaram e tudo aquilo que perderam, esquecendo de todos os danos e traumas que foram causados a Memo.
A linda cena final, em toda a sua melancolia, é a prova de tudo aquilo que Memo foi: um menino/homem que viveu às margens dos holofotes, sem atrair os louros por tudo aquilo que merecia. Nesse ponto, todos os elogios vão para a atuação de Jorge Garcia, que traz uma sutileza e uma força a toda essa trajetória.
Que mania da Netflix em fazer filme sem final... tava desenrolando, ficando bom, entrando num eixo justo, empatia já desenvolvida conosco... e acaba. lamentável... mas, mesmo assim é um bom filme.
Recomendo muito. É um filme intimista, com bela performance, linda fotografia e ótima canção. Não é um filme para a maioria, é poesia do início ao fim. Belíssimo filme.
Caso você continue navegando no AdoroCinema, você aceita o uso de cookies. Este site usa cookies para assegurar a performance de nossos serviços.
Leia nossa política de privacidade